|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE SOB TUTELA
Mil insurgentes morreram e 200 foram presos, afirma gestão interina iraquiana; reforço é enviado a Mossul
Iraque diz que completou ação em Fallujah
DA REDAÇÃO
O governo interino do Iraque
anunciou ontem que a ofensiva
militar para retomar Fallujah das
mãos da insurgência foi completada com sucesso, deixando um
saldo de ao menos mil insurgentes mortos e 200 capturados.
"A Operação Al Fajr foi cumprida. O que restaram são bolsões
malignos com os quais estamos lidando agora", disse o assessor de
Segurança Nacional do Iraque,
Qassem Dawoud.
"O número de terroristas e militantes leais a [o ex-ditador Saddam] Hussein mortos alcançou
mais de mil. Quanto a detidos, o
número é de 200 pessoas."
Dawoud disse porém que o terrorista jordaniano Abu Musab Al
Zarqawi, o mais procurado pelos
EUA no Iraque, "escapou".
O combate em Fallujah deixou
22 soldados americanos e cinco
iraquianos mortos. Outros 170
soldados americanos foram feridos, segundo o Exército.
A ofensiva ainda prosseguiu ontem no sul de Fallujah, onde as
forças americanas e iraquianas
lançaram um ataque maciço. "É
um ataque amplo contra todo o
fronte do sul", disse o coronel Michael Formica.
Um oficial americano afirmou
que os EUA esperam retomar
completamente, dentro de 72 horas, a área de Queens, que os americanos acreditam servir de base
para militantes leais a Zarqawi.
"O que estamos vendo em
Queens são militantes estrangeiros que foram ficando para trás,
sabendo que vão morrer em batalha", disse o major Clark Watson.
"Neste momento, eles estão montando forte resistência."
Segundo a rede de TV Al Jazira,
os insurgentes seqüestraram um
membro da Guarda Nacional iraquiana perto de Fallujah e ameaçam matá-lo. Em vídeo apresentado pela emissora e cuja autoria
foi assumida pelo grupo Brigadas
da Revolução de 1920, um homem vendado aparece cercado
por três homens encapuzados. Os
seqüestradores não fizeram nenhuma exigência.
Ontem, pela primeira vez desde
o início da ofensiva, a organização
humanitária Crescente Vermelho
conseguiu entrar em Fallujah
com ajuda para a população.
Mais violência
Em seu programa semanal de
rádio, o presidente dos EUA,
George W. Bush disse que as forças americanas e iraquianas, "lutando juntas, estão fazendo progresso significativo". Mas alertou
que a violência deve crescer à medida que se aproxima a data prevista para as eleições, em janeiro.
"O desespero dos assassinos vai
aumentar e a violência pode se expandir. O sucesso da democracia
no Iraque seria um golpe duro às
forças do terror e os terroristas sabem disso", disse Bush.
Ontem, o Exército dos EUA deslocou um batalhão de infantaria
de Fallujah para Mossul, a terceira
maior cidade do país, onde os
choques contra a insurgência se
intensificaram desde quinta-feira.
Conflitos também irromperam
em ao menos quatro bairros de
Bagdá, Ramadi, Hawija e Tal Afar.
Em Samarra, ao norte de Bagdá,
disparos de morteiro atingiram
um bairro residencial, matando
duas crianças e ferindo oito pessoas, segundo a polícia local. Testemunhas disseram acreditar que
os disparos tinham como alvo
uma base militar dos EUA.
A agência de notícias Reuters
disse, com base em relatos de residentes, que os insurgentes já assumiram o controle de áreas ao sul e
a oeste de Mossul e que há pouca
presença de forças iraquianas e
americanas.
Desde o início dos combates, ao
menos 10 guardas nacionais iraquianos e um soldado americano
morreram em Mossul, segundo
fontes militares.
O Exército dos EUA negou, porém, ter perdido controle da cidade para a insurgência e disse que a
situação estava mais calma, com
combates esporádicos em algumas áreas.
"Não há combates generalizados", disse uma porta-voz militar,
que também negou informação
de um canal de TV árabe de que
uma base americana no norte de
Mossul teria sido invadida.
No leste de Mossul, um carro-bomba explodiu com a passagem
de um comboio da Guarda Nacional iraquiana, segundo testemunhas. Não há informações sobre
mortos ou feridos no episódio.
No sul de Bagdá, forças iraquianas prenderam três clérigos da
Associação de Acadêmicos Islâmicos, o grupo sunita mais importante do Iraque, além de 20 de
seus seguidores. Segundo o porta-voz da associação, Mohammed
Bashar Al Faidhi, o xeque Mustafa
Al Duleimi foi espancado e preso
na noite de sexta. O clérigos Yehia
Saleh e Ibrahim Mohammed também foram detidos.
Também no sul de Bagdá, Nouri Al Rubaie, prefeito xiita do distrito de Abu Dashir foi assassinado ontem por homens armados
enquanto caminhava com sua família por uma rua movimentada.
Ele era sucessor de um prefeito
morto no início do ano.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Artigo: Legado de Arafat é a negociação para a paz Próximo Texto: Panorâmica - Costa do Marfim: Estrangeiros lotam aeroporto de Abidjã Índice
|