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Blair defende participação do Irã em negociações e diz que precisa dos EUA
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
O premiê britânico, Tony
Blair, defendeu enfaticamente
ontem a parceria do Reino Unido com os EUA e reafirmou a
necessidade de que o Irã participe do processo de pacificação
do Oriente Médio. Em discurso
na Mansion House, em Londres, Blair classificou sua aliança com o governo Bush como
"um feliz casamento entre convicção e realpolitik".
"Nós precisamos da América,
isso é um fato", disse o premiê,
afirmando que nenhum dos
problemas globais -do terrorismo às mudanças climáticas- pode ser resolvido sem a
participação dos EUA.
"Podemos concordar ou discordar da posição dos EUA sobre alguns desses temas, mas
não conseguiremos resolvê-los
sem o apoio do país. A aliança
que o Reino Unido tem com os
americanos deve continuar."
Refletindo sobre a derrota
dos republicanos de Bush nas
eleições legislativas nos EUA
na semana passada, o premiê
britânico criticou os que se dizem pró-América, mas anti-Bush: "Não nos enganemos: o
11 de Setembro teria mudado a
política externa de qualquer
presidente norte-americano".
Blair também reiterou sua
estratégia "para todo o Oriente
Médio" e afirmou que o aumento da violência no Iraque e
no Afeganistão está sendo estimulado por forças externas, ligadas a um "terrorismo global".
"A violência não é um acidente ou resultado de falha de planejamento, mas uma estratégia
deliberada para promover o
ódio e a guerra civil", disse.
Buscando dissociar o discurso de uma suposta mudança na
política externa causada pelo
fracasso no Iraque, o premiê
lembrou que a tentativa de diálogo com o Irã -e com a Síria,
outro integrante do "eixo do
mal" definido por Bush- vem
de longa data.
Em junho passado, durante
um discurso na Califórnia,
Blair já havia mencionado que
Teerã e Damasco deveriam optar entre exercer um papel positivo no Oriente Médio ou ficar isolados.
"O Irã tem um medo genuíno, mas equivocado, de que os
EUA estejam atrás de uma solução militar para o país", disse.
"O que nós todos queremos é
que o Irã suspenda o processo
de enriquecimento [de urânio]
-que, se continuar, irá levar a
uma arma nuclear."
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