|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Emergência é popular, diz ditador
DO "NEW YORK TIMES"
O presidente do Paquistão,
Pervez Musharraf, defendeu
vigorosamente sua declaração de um estado de emergência, em entrevista dada
em Islamabad, insistindo em
que isso não interferiria na
realização de eleições livres e
justas e descartando um apelo da secretária de Estado
dos EUA, Condoleezza Rice,
por sua suspensão.
Na entrevista, ele criticou
a líder oposicionista Benazir
Bhutto, afirmando que ela
sempre procurava o confronto e que seria difícil trabalhar com ela: "A pessoa
chega supostamente em clima de reconciliação e, pouco
antes de aterrissar, começa a
demonstrar um espírito de
confronto".
O general descreveu o Paquistão como sofrendo de
um "ambiente perturbado
pelo terrorismo".
Ele se recusou a dizer
quando deixaria o comando
do Exército, algo que o presidente George W. Bush o instou a aceitar na semana passada. "Isso acontecerá em
breve", ele disse.
O general Musharraf disse
ainda que Bhutto estava sob
prisão domiciliar por sete
dias porque havia acusado o
ministro-chefe da Província
de Punjab, Chaudhry Pervez
Elahi, de conspirar contra
ela. Assim, Benazir teria sido
colocada de castigo para prevenir um incidente pelo qual
ela poderia culpar o governo.
Em reação à alegação da
ex-premiê de que venceria as
eleições com facilidade, o general disse que "veremos se
ela vence".
Mais tarde, ele declarou
que, "constitucionalmente, a
essa altura ela já foi primeira-ministra duas vezes; o que
se pode dizer sobre um terceiro mandato? Ela não teria
direito legal a isso, não teria
direito constitucional a isso.
Por que estamos considerando que o tem sem maiores
discussões?".
O general Musharraf disse
acreditar que o estado de
emergência é popular. "O
sentimento deles é o de que
demoramos demais a fazer o
que fizemos", afirmou.
Sobre Benazir, disse ainda
que o Ocidente interpreta
mal seu grau de apoio porque
dá importância demais aos
defensores dos direitos humanos no Paquistão.
O general Musharraf afirmou que quase uma dúzia de
estações de TV que haviam
sido fechadas sob o decreto
de emergência poderiam ser
autorizadas a voltar ao ar,
desde que concordassem
com o código de conduta definido pelo governo.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Texto Anterior: Benazir enterra acordo com Musharraf Próximo Texto: Gastos ocultos: Custo de guerras dos EUA é de US$ 1,6 tri, dizem democratas Índice
|