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Chávez rejeita proposta de Brasil para divisa
Venezuelano disse que comissão conjunta com Colômbia para monitorar fronteira, sugerida por assessor de Lula, é "inviável"
Em Caracas, presidente volta a atacar pacto militar entre a Colômbia e os EUA; Bogotá leva à OEA relatório sobre "ameaças" chavistas
DA REDAÇÃO
O presidente venezuelano,
Hugo Chávez, classificou ontem de "inviável" a formação de
um sistema conjunto de Venezuela e Colômbia para o monitoramento dos mais de 2.000
km da fronteira entre os países,
como sugerido pelo Brasil.
O sistema bilateral de monitoramento foi proposto pelo assessor internacional da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia como forma de reduzir a tensão crescente entre os
vizinhos, desde o anúncio do
acordo militar que permite aos
EUA utilizar ao menos sete bases militares na Colômbia.
Anteontem, Garcia reiterou a
sugestão. Disse que o Brasil está disposto a dar apoio logístico
se Colômbia e Venezuela chegarem a um acordo para o monitoramento conjunto da divisa. Frisou, porém, que não propõe uma força de paz internacional nem acha a participação
brasileira imprescindível.
A Colômbia divulgou ter consultado a Espanha sobre a possibilidade de atuar no monitoramento da fronteira.
Segundo Chávez, a proposta
do assessor do Planalto sobre a
fronteira já lhe havia sido apresentada em privado. "Está propondo algo que é inviável", disse o venezuelano. "[A fronteira]
é um tema de soberania, e soberania não se discute", afirmou.
Chávez também rejeitou a
atuação de "força extranacional" na fronteira. Episódios recentes de violência na divisa
deram mais fôlego à crise.
Chávez manteve ontem as
críticas a Bogotá. Num ato promovido contra as bases americanas na Colômbia, voltou a dizer que é vítima de campanha
midiática que quer apresentá-lo como belicista quando a Venezuela é que está ameaçada.
Com as bases na Colômbia,
disse, os EUA "vão gravar conversas de todos nós, vão saber a
posição geográfica de qualquer
um que tenha um telefone ligado, [poderão] inclusive mandar
bombas teleguiadas pelo sinal
do telefone". Voltou a dizer que
era uma obrigação do país se
preparar para uma guerra.
Depois de entregar um relatório sobre as "ameaças" do
presidente da Venezuela ao
Conselho de Segurança da
ONU, ontem o governo colombiano fez o mesmo relato à
OEA (Organização dos Estados
Americanos).
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