São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

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Chávez rejeita proposta de Brasil para divisa

Venezuelano disse que comissão conjunta com Colômbia para monitorar fronteira, sugerida por assessor de Lula, é "inviável"

Em Caracas, presidente volta a atacar pacto militar entre a Colômbia e os EUA; Bogotá leva à OEA relatório sobre "ameaças" chavistas


DA REDAÇÃO

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, classificou ontem de "inviável" a formação de um sistema conjunto de Venezuela e Colômbia para o monitoramento dos mais de 2.000 km da fronteira entre os países, como sugerido pelo Brasil.
O sistema bilateral de monitoramento foi proposto pelo assessor internacional da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia como forma de reduzir a tensão crescente entre os vizinhos, desde o anúncio do acordo militar que permite aos EUA utilizar ao menos sete bases militares na Colômbia.
Anteontem, Garcia reiterou a sugestão. Disse que o Brasil está disposto a dar apoio logístico se Colômbia e Venezuela chegarem a um acordo para o monitoramento conjunto da divisa. Frisou, porém, que não propõe uma força de paz internacional nem acha a participação brasileira imprescindível.
A Colômbia divulgou ter consultado a Espanha sobre a possibilidade de atuar no monitoramento da fronteira.
Segundo Chávez, a proposta do assessor do Planalto sobre a fronteira já lhe havia sido apresentada em privado. "Está propondo algo que é inviável", disse o venezuelano. "[A fronteira] é um tema de soberania, e soberania não se discute", afirmou.
Chávez também rejeitou a atuação de "força extranacional" na fronteira. Episódios recentes de violência na divisa deram mais fôlego à crise.
Chávez manteve ontem as críticas a Bogotá. Num ato promovido contra as bases americanas na Colômbia, voltou a dizer que é vítima de campanha midiática que quer apresentá-lo como belicista quando a Venezuela é que está ameaçada.
Com as bases na Colômbia, disse, os EUA "vão gravar conversas de todos nós, vão saber a posição geográfica de qualquer um que tenha um telefone ligado, [poderão] inclusive mandar bombas teleguiadas pelo sinal do telefone". Voltou a dizer que era uma obrigação do país se preparar para uma guerra.
Depois de entregar um relatório sobre as "ameaças" do presidente da Venezuela ao Conselho de Segurança da ONU, ontem o governo colombiano fez o mesmo relato à OEA (Organização dos Estados Americanos).


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