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Líder supremo do Irã acusa opositores
Aiatolá Khamenei critica imagem de retrato do aiatolá Khomeini sendo queimada em manifestação
Opositores negam autoria e acusam regime de usar cena para justificar a repressão; chanceler critica alerta dos EUA aos latino-americanos
DA REDAÇÃO
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou ontem
os opositores que têm promovido protestos antirregime desde a reeleição do presidente
Mahmoud Ahmadinejad, em
junho, de violarem a lei ao supostamente queimarem uma
figura do fundador da República Islâmica, aiatolá Khomeini.
Durante o fim de semana, a
televisão oficial transmitiu reiteradas vezes a cena em que
mãos de pessoas não identificadas vandalizam a imagem de
Khomeini -líder da Revolução
de 1979-, além das do próprio
Khamenei e de Ahmadinejad.
Segundo Teerã, as imagens
foram gravadas durante os protestos do último dia 7, em que
opositores aproveitaram o Dia
do Estudante para ir às ruas e
retomar as manifestações iniciadas após o pleito de junho
-200 pessoas foram presas.
Em um duro discurso transmitido pela TV, Khamenei disse que os manifestantes "transformaram a campanha eleitoral em campanha contra o sistema" e pediu calma.
Já a Guarda Revolucionária
afirmou que "não vai tolerar silêncio ou hesitação" na identificação e punição dos autores
do insulto.
Opositores ligados ao candidato derrotado Mir Hossein
Mousavi negaram a autoria do
desrespeito a Khomeini e acusaram o governo de usar a imagem para justificar dura repressão aos protestos. Ontem, estudantes voltaram a se manifestar na Universidade de Teerã.
Anteontem, milhares de manifestantes pró-regime saíram
às ruas em reação à retomada
das manifestações opositoras.
Polêmica nuclear
No front externo, o Irã voltou
a enviar sinais dúbios às potências ocidentais sobre as negociações nucleares, atualmente
emperradas, ao dizer anteontem que pode enviar parte do
seu urânio para enriquecimento no exterior -como o previsto na proposta sobre a mesa-,
mas sob condições similares às
já rejeitadas nas negociações.
O aparente aceno, segundo
críticos, visa dividir o grupo dos
seis países -EUA, França, Reino Unido, China, Rússia e Alemanha- que negociam o acordo a poucos dias de um encontro para decidir o próximo passo ante a resistência do Irã em
aceitar a proposta apresentada.
Ontem, o chanceler iraniano,
Manouchehr Mottaki, reagiu à
advertência da colega americana, Hillary Clinton, aos países
latino-americanos para evitar
envolvimento com Teerã. "As
palavras contradizem os princípios diplomáticos da Convenção de Viena. Condenamos esse
tipo de atitude", disse ele.
Com agências internacionais
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