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EUA fazem giro diplomático para pressionar Teerã
Em visita a diversos países do Oriente Médio, Hillary Clinton e diplomatas americanos tentam costurar apoio a mais sanções ao Irã
Fadi Al Assaad/Reuters
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Hillary Clinton durante fórum em Doha, ontem; giro da diplomacia americana inclui também Arábia Saudita, Líbano,Síria e Israel
DA REDAÇÃO
Os EUA iniciaram no fim de
semana um giro diplomático
pelo Oriente Médio, com a
chanceler Hillary Clinton e outros três diplomatas de alto escalão, para pressionar a região a
apoiar novas sanções ao Irã e
assegurar os vizinhos da República Islâmica de que os EUA
manterão a oposição ao programa nuclear iraniano.
O giro ocorre poucos dias depois de o Irã ter se declarado
um "Estado nuclear" e dito ter
capacidade para enriquecer
urânio a 80%, próximo dos
90% necessários para a construção da bomba atômica.
Desde então, os EUA estão
tentando costurar uma nova
rodada de sanções contra o país
no Conselho de Segurança (CS)
da ONU -que serão apresentadas neste mês, disse ontem o
assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jim Jones.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, no entanto, nega o interesse na bomba
atômica e alega que seu programa nuclear tem fins energéticos e medicinais.
Hillary disse ontem, num fórum internacional de relações
EUA-islã, em Doha (Qatar),
que "se acumulam evidências"
de que Teerã visa a bomba e
instou o país a reconsiderar sua
"perigosa" política nuclear. "O
Irã deixa poucas opções à comunidade internacional a não
ser impor maiores custos a suas
ações provocativas", declarou.
Após passagem pelo Qatar,
Hillary deve chegar hoje na
Arábia Saudita para encontro
com o rei Abdullah -numa
aparente tentativa de convencer os sauditas a suprir a China
com combustível e, assim,
substituir o suprimento iraniano a Pequim caso este seja alvo
de mais restrições. Isso, acredita-se, ajudaria a reduzir a resistência chinesa às sanções -o
poder de veto de Pequim e
Moscou no CS são os principais
entraves à aprovação de novas
restrições. A Rússia, no entanto, deu indicativos de que pode
apoiar punições a Teerã.
O vice-presidente americano, Joe Biden, disse ontem esperar que "como potência
mundial responsável, a China
"deve apoiar as sanções" e evitar a "proliferação nuclear" no
Oriente Médio.
Já o número 2 de Hillary no
Departamento de Estado, William Burns, vai amanhã para
Líbano e Síria, numa viagem tida como crucial, uma vez que
Damasco é um dos principais
aliados de Teerã, e o Líbano,
que tem assento rotativo no CS
atualmente, deve resistir a reforçar restrições contra os iranianos. Os subsecretários de
Estado James Steinberg e Jacob Lew visitarão Egito, Israel e
Jordânia.
Também está na região o almirante Mike Mullen, chefe do
Estado-Maior conjunto dos
EUA, que disse ontem no Egito
que seu país se preocupa não só
com "o programa nuclear iraniano, mas com as declarações
de Ahmadinejad contra Israel".
O giro americano no Oriente
Médio visa tratar também de
temas como o acordo israelo-palestino, o combate à Al Qaeda
no Iêmen e a relação EUA-Síria, mas tudo isso deve acabar
eclipsado pela tensão com o Irã.
Com agências internacionais e "New York Times"
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