DA REDAÇÃO

A população do País Basco se sentia aliviada ontem com as investigações indicando cada vez mais a rede terrorista Al Qaeda -que teria reivindicado os ataques- como a responsável pelos atentados de Madri.
O temor era de que, se o grupo terrorista e separatista ETA -que ainda é investigado- continuasse sendo o principal suspeito dos ataques, seriam intensificadas as divisões na região.
Além disso, poderiam crescer as ações hostis contra bascos em outras partes da Espanha, assim como nas décadas de 70 e 80, quando os ataques do ETA matavam dezenas de pessoas todos os anos.
"Não há dúvida de que todos estão respirando aliviados", diz Jon, um barman de 35 anos, que não apóia a independência basca.
"Aqui nós vivemos sob uma permanente sombra de desconfiança simplesmente porque somos bascos, independentemente de nossas crenças políticas. O drama real são as vítimas, mas estaria mentindo se eu não disser que me sinto aliviado de o ETA não estar por trás disso", acrescentou.
"Na quinta-feira, senti uma coisa terrível -por mais que isso pareça ingênuo. Foi um sentimento péssimo sobre o que poderia acontecer com o meu povo [se o ETA fosse responsável pelos ataques]", disse um ouvinte que não se identificou a uma rádio basca.