DE NOVA YORK

Marcus Wesson, 57, foi acusado ontem pela polícia da Califórnia de ter matado nove pessoas de sua família, em sua casa, na cidade de Fresno. Wesson também é acusado de ser polígamo e de ter praticado incesto com suas filhas -duas das vítimas seriam ao mesmo tempo seus filhos e netos (filhos de filhas suas).
Ele foi preso sexta-feira, após a polícia encontrar em um dos quartos de sua casa os corpos amontoados das vítimas (três meninos, quatro meninas e duas mulheres). Entre elas, três eram crianças de 1 ano de idade, quatro tinham menos de 9 anos e as outras duas eram uma adolescente de 17 e uma adulta de 24 anos.
Dez caixões, de diferentes tamanhos, também foram encontrados no local do crime.
"Esse é o pior caso de chacina que já vimos", afirmou o chefe da polícia local, Jerry Dyer. "Se isso não é suficiente para a pena de morte, então não sei o que seria." Policiais teriam chorado ao ver a cena do crime, onde os corpos estavam entrelaçados a ponto de dificultar e retardar a contagem do número de cadáveres.
Seis agentes trabalharam anteontem para determinar como as vítimas teriam morrido. A polícia afirma ter pistas sobre a causa das mortes, mas se recusa a divulgar com que hipótese trabalha.
"Posso dizer que não houve mutilações", afirmou Dyer. "Os corpos estavam intactos."
Os policiais chegaram ao local do crime após duas mulheres -cujas identidades não foram reveladas, mas que disputavam a guarda de crianças com o acusado- dizerem que estavam tendo dificuldades para tirar seus filhos da casa de Wesson.
As mulheres disseram que ele estava armado, e outra equipe da polícia foi chamada. Cercaram a casa, mas nenhum barulho foi ouvido durante o cerco, que durou mais de uma hora. Finalmente, Wesson se rendeu, saindo de casa, com manchas de sangue na roupa. Foi quando a residência estava sendo revistada que os corpos foram encontrados.
O acusado vivia, segundo depoimentos, com várias mulheres, que usavam vestidos longos e que, às vezes, vestiam véus que cobriam seus rostos.

Inocência
Um outro filho de Wesson, Serafino, 19, que não estava em casa na sexta, disse não acreditar que seu pai era culpado. "Meus irmãos e irmãs estão mortos e eles dizem que meu pai foi o autor. Acho isso difícil de acreditar. Ele é um ótimo sujeito", disse.
Segundo Serafino, os dez caixões de seu pai eram parte de uma coleção de antigüidades. O chefe de polícia afirmou que Wesson poderia estar usando os caixões como móveis na casa.
O rapaz disse ainda que era bastante próximo a seu pai e que "amava" ter uma grande família. "Era ótimo. Era do jeito que uma família deve ser", concluiu.
(RAFAEL CARIELLO)


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