São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 2006 |
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RESENHA Até Fukuyama passa a criticar guerra
MICHIKO KAKUTANI
Ou seja, os neocons saltaram da premissa de que a democracia tende a expandir-se universalmente, no longo prazo, para a idéia de que esse processo histórico poderia ser acelerado pelos esforços dos EUA. Ao mesmo tempo, diz Fukuyama, esses teóricos parecem ter visto como certo que a transição rápida e relativamente pacífica à democracia e aos livres mercados feita por países como a Polônia poderia ser reproduzida em outras partes do mundo -sem levar em conta a situação das instituições, tradições e infra-estrutura locais. Um outro fator que contribuiu para o caos do pós-guerra foi a falta de tropas em número suficiente: "O secretário da Defesa Rumsfeld queria ir ao Iraque com uma força ligeira e sair de lá rapidamente", diz Fukuyama. "Em conseqüência dessa estratégia, ele atolou as Forças Armadas americanas numa guerra de guerrilha de longo prazo". O governo Bush, escreve Fukuyama, "subestimou tremendamente os custos e as dificuldades da reconstrução do Iraque e de conduzir o país para uma transição democrática". Ele ignorou o fato crucial de que "é preciso que existam instituições previamente instaladas para que uma sociedade possa avançar do anseio amorfo pela liberdade para um sistema político democrático consolidado e funcional, acompanhado de uma economia moderna". Fukuyama prevê que "uma das conseqüências do fracasso percebido no Iraque será o descrédito de toda a agenda neoconservadora e a restauração da autoridade dos realistas em matéria de política externa". Ele escreve que o "neoconservadorismo, tanto como símbolo político quanto como conjunto de idéias, evoluiu e se transformou em algo que eu não posso mais subscrever". Tradução de Clara Allain Texto Anterior: Iraque sob tutela: Iraque registra mais 87 mortos em dois dias Próximo Texto: Bálcãs: Filho diz que Milosevic foi assassinado Índice |
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