São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

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TURQUIA

Procurador pede cassação de governante "anti-secular"

DA REDAÇÃO

Um procurador federal da Turquia pediu a interdição do partido atualmente no poder em razão de suas atividades supostamente contrárias à laicidade do Estado.
Na mesma petição ele sugere a cassação por cinco anos do presidente Abdullah Gul, do primeiro-ministro Tayyip Erdogan e de outros 69 dirigentes políticos.
Observadores acreditam que os mandatos do presidente e do premiê não correrem risco. Mas o episódio reflete tensões entre meios religiosos e seculares da Turquia, desencadeadas pela emenda constitucional do governo que em fevereiro permitiu às estudantes universitárias cobrir a cabeça com o véu islâmico.
Embora o Partido da Justiça e Desenvolvimento -conhecido pela sigla AK- seja muçulmano, seus dirigentes apóiam o Estado laico, instituído pelo presidente Kemal Ataturk (1923-1938).
Para o procurador Abdurrahman Yalcinkaya, no entanto, o AK "é o foco de atividades anti-seculares". Nas eleições do ano passado, ele recebeu 46% dos votos.
O presidente Gul, em viagem ao Senegal, afirmou que seu partido não tem nada a temer. O primeiro-ministro Erdogan convocou uma reunião de emergência das lideranças partidárias.
Um analista político, Ozgur Altug, disse que a petição do procurador fará com que cresçam os fatores de risco da Turquia, afastando investidores externos.


Com agências internacionais


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