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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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Saldo de baixas entre civis pode chegar a 14 mil

PABLO X. DE SANDOVAL
DO "EL PAÍS"

Depois de 25 dias de combate no Iraque, o balanço de baixas civis é de 1.254 mortos e 5.112 feridos - segundo informou o governo iraquiano em 3 de abril, antes de cair. Mas estes não serão os números a entrar para a história.
Em Bagdá não há ninguém para atualizar o saldo. Também não foi contabilizada a situação nos hospitais -nos primeiros dias de combate, havia cem entradas por hora. Por fim, a coalizão anglo-americana não tem números concretos de baixas inimigas, porque "consome tempo e é muito arriscado". Em Bagdá, o Exército americano falou em "uns mil mortos" na primeira incursão, em 3 de abril, mais mil na segunda, dia 4.
O número mais preciso de baixas civis vem de uma organização chamada Projeto de Contagem de Mortos no Iraque, que detalha em sua página na Internet (www.iraqbodycount.net) cada um dos incidentes em que, por meio da imprensa, se soube de mortes civis. O registro é verificado em dezenas de veículos para que seja estabelecido um máximo e um mínimo de mortos. Até quinta-feira, o número mínimo de mortos civis era 1.160, e o máximo, 1.413.
A metodologia foi criada pelo professor Marc W. Herold, do Departamento de Economia da Universidade New Hapshire Durham, para o ataque ao Afeganistão (2001). Na ocasião, o Pentágono estimou "dezenas" de baixas civis. Segundo Herold, essas "dezenas" ficaram entre 3.100 e 3.600.
No Iraque, diz Herold, se contados os mortos diretos, os feridos, os mortos por falta de remédio e comida e pelas minas e bombas que explodem com atraso, o saldo, que nunca será definitivo, pode chegar a 14 mil pessoas.


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