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Saldo de baixas
entre civis pode
chegar a 14 mil
PABLO X. DE SANDOVAL
DO "EL PAÍS"
Depois de 25 dias de combate
no Iraque, o balanço de baixas civis é de 1.254 mortos e 5.112 feridos - segundo informou o governo iraquiano em 3 de abril, antes de cair. Mas estes não serão os
números a entrar para a história.
Em Bagdá não há ninguém para
atualizar o saldo. Também não foi
contabilizada a situação nos hospitais -nos primeiros dias de
combate, havia cem entradas por
hora. Por fim, a coalizão anglo-americana não tem números concretos de baixas inimigas, porque
"consome tempo e é muito arriscado". Em Bagdá, o Exército americano falou em "uns mil mortos"
na primeira incursão, em 3 de
abril, mais mil na segunda, dia 4.
O número mais preciso de baixas civis vem de uma organização
chamada Projeto de Contagem de
Mortos no Iraque, que detalha em
sua página na Internet (www.iraqbodycount.net) cada um dos
incidentes em que, por meio da
imprensa, se soube de mortes civis. O registro é verificado em dezenas de veículos para que seja estabelecido um máximo e um mínimo de mortos. Até quinta-feira,
o número mínimo de mortos civis
era 1.160, e o máximo, 1.413.
A metodologia foi criada pelo
professor Marc W. Herold, do
Departamento de Economia da
Universidade New Hapshire Durham, para o ataque ao Afeganistão (2001). Na ocasião, o Pentágono estimou "dezenas" de baixas
civis. Segundo Herold, essas "dezenas" ficaram entre 3.100 e 3.600.
No Iraque, diz Herold, se contados os mortos diretos, os feridos,
os mortos por falta de remédio e
comida e pelas minas e bombas
que explodem com atraso, o saldo, que nunca será definitivo, pode chegar a 14 mil pessoas.
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