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ÁFRICA
Chade rompe com o Sudão após ataque
DA REDAÇÃO
O Chade rompeu ontem relações diplomáticas com o vizinho
Sudão, a quem acusa de tentar
derrubar seu governo, e ameaçou
expulsar 200 mil refugiados sudaneses que estão no país. O azedamento das relações entre os países
ocorreu um dia depois de um ataque de rebeldes na capital, N'djamena, ter sido rechaçado pelo
Exército chadiano.
Numa demonstração de força, o
governo promoveu ontem uma
parada militar na capital, exibindo 160 rebeldes presos. Muitos
pareciam ser menores de idade.
Durante a parada, o presidente
chadiano, Idriss Deby, voltou a
acusar o governo sudanês de estar
por trás da tentativa de golpe,
apoiando ataques rebeldes na
fronteira. Segundo ele, seu país é
vítima do conflito em Darfur, no
Sudão, que levou mais de 200 mil
refugiados a cruzar a fronteira.
"Tomamos a decisão de romper
nossas relações diplomáticas com
o Sudão hoje [ontem] e de começar a fechar as fronteiras", disse
Deby. O Sudão respondeu anunciando que expulsaria o embaixador chadiano do país. Deby deu
até o fim de junho de prazo para
que a comunidade internacional
resolva o conflito em Darfur ou
ache "outro país" para abrigar os
refugiados.
Chade e Sudão têm uma fronteira longa e porosa, que se tornou crescentemente violenta nos
últimos tempos devido ao conflito travado na região sudanesa de
Darfur (oeste), que já dura três
anos. Rebeldes sudaneses que lutam contra seu governo buscam
refúgio no lado chadiano da fronteira, enquanto rebeldes do Chade que tentam derrubar Deby
usam o Sudão como base.
Horas depois do discurso de
Deby, A Repúbica Centro-Africana, localizada ao sul de Chade e
Sudão, expressou solidariedade
com o governo de Deby, anunciando o fechamento de suas
fronteiras com o Sudão. "Condenamos a agressão contra o Chade,
disse o chanceler centro-africano,
Jean Paul Ngoupande.
O governo sudanês negou a
acusação. "O Sudão não está envolvido nesse assunto chadiano.
O que eles têm é uma rebelião",
disse o porta-voz da Chancelaria
sudanesa, Jamal Ibrahim.
O ataque de quinta-feira foi o
mais ousado até agora cometido
pelos rebeldes, que tentam acabar
com os 16 anos de poder de Deby
e impedir a eleição presidencial
marcada para 3 de maio, na qual o
mandatário está cotado para ser
reeleito. "Não há rebelião contra o
Chade. É o governo sudanês que
está desestabilizando o país", disse Deby.
Com agências internacionais
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