São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2008

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Cubanos fazem fila pelo primeiro celular

Antes da permissão de Raúl Castro, telefonia móvel era luxo restrito a estrangeiros e a alguns funcionários do governo

Comprar uma linha custa 111 pesos conversíveis, ou US$ 120, contra um salário médio de US$ 17; solução são os parentes no exterior

DA REDAÇÃO

Centenas de cubanos fizeram fila ontem em frente a escritórios da companhia estatal de telefonia Etecsa para adquirir um telefone celular. A venda foi autorizada à população pela primeira vez por Raúl Castro, que assumiu o poder em fevereiro após quase 50 anos de regime do irmão, Fidel. Até então, o serviço era restrito a estrangeiros e a alguns funcionários do governo.
Obter uma linha móvel, porém, custa 111 pesos conversíveis (CUC), ou cerca de US$ 120, enquanto a média de salários no país é de US$ 17.
Em frente a uma vitrine com celulares com preços entre 60 e 260 CUCs, Elena, dona-de-casa de 53 anos, contou que compraria um aparelho graças ao dinheiro enviado pela sogra, que mora na Espanha. "Não tenho dinheiro, mas minha sogra vai me emprestar", afirmou.
Segundo dados oficiais, cerca de 60% da população recebe divisas de parentes no exterior.
As linhas disponíveis são pré-pagas. Também poderão ser regularizados e postos em nome próprio os serviços contratados por estrangeiros -cerca de 200 mil cubanos têm hoje conta de celular em nome de terceiros.
Embora um cartão pré-pago de 20 CUCs renda uma ligação de apenas seis minutos aos EUA, muitos querem celular só para receber chamadas ou enviar mensagens de texto. Nos 30 escritórios da Etecsa, os cubanos encontram seis modelos de celular e cartões de até US$ 42,20. Em uma loja, 68 linhas foram vendidas em duas horas.
Desde que assumiu, Raúl tem suspendido restrições, como à venda de computadores, em pequenas concessões a uma emergente classe média. Também anunciou medidas para estimular a produção agrícola, como o arrendamento de terras a produtores privados.


Com agências internacionais


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