São Paulo, quarta-feira, 15 de abril de 2009

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Sindicatos dos EUA apoiam imigrantes

Federações anunciam endosso a reforma de Obama que prevê legalização de trabalhadores irregulares no país

Líderes no entanto pedem comissão que determine o número de estrangeiros a terem entrada admitida nos Estados Unidos a cada ano


DO "NEW YORK TIMES"

As duas grandes federações sindicais dos Estados Unidos, AFL-CIO e Change to Win, chegaram a um acordo para unir forças pela primeira vez em apoio a uma reforma do sistema de imigração, anunciaram líderes de ambas as organizações.
Em 2007, quando o Congresso considerou um pacote abrangente de leis de reforma da imigração pela última vez, as duas federações não conseguiram chegar a um acordo. A reforma não foi aprovada. O acordo atual endossa a legalização da situação de imigrantes que já estejam nos EUA, mas se opõe a qualquer novo programa de larga escala para permitir que empregadores tragam trabalhadores imigrantes ao país -ideia apoiada pelo setor empresarial que utiliza mão de obra sazonal.
"Só vai haver essa chance de reformar as leis de imigração.
Como parte do compromisso que permitiria a legalização, será preciso expandir o programa de trabalhadores temporários", disse Randel Johnson, vice-presidente da Câmara do Comércio para questões trabalhistas.
Quando funcionários do governo Obama anunciaram que ele planejava aprovar no Congresso este ano um projeto de lei de imigração que incluiria um sistema de regularização da situação legal dos 12 milhões de imigrantes irregulares que se estima vivam nos EUA, os oponentes criticaram essa abordagem como uma anistia a pessoas que violaram as leis.
"Em meio a uma crise econômica, os norte-americanos não podem arcar com novas perdas de empregos para os imigrantes", disse o deputado Steve King, republicano de Iowa. No atual acordo, a AFL-CIO e a Change to Win apelaram pela administração de futuros trabalhadores imigrantes por meio de uma comissão nacional. A comissão determinaria quantos trabalhadores estrangeiros seriam admitidos nos Estados Unidos a cada ano, em caráter permanente e temporário, com base na demanda do mercado de trabalho do país.
Os dirigentes sindicais confiam em que o resultado seria uma redução na entrada de trabalhadores imigrantes em momentos de alto desemprego, como o atual.
Milhares de trabalhadores agrícolas e outros, de baixos salários, vêm aos EUA por meio de programas sazonais para trabalho temporário. Muitos sindicatos se opõem a esses programas porque os trabalhadores ficam vinculados a um empregador e não podem mudar de emprego, o que segundo os líderes sindicais ajuda a rebaixar as condições gerais de trabalho no país.
Os sindicatos avaliam que, dada a presença de mais de 7 milhões de imigrantes irregulares já ativos no mercado de trabalho, legalizar a situação deles representaria a maneira mais efetiva de garantir as leis trabalhistas que protegem todos os trabalhadores.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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