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Mortos em tremor na China passam de 500
Sismo de magnitude 6,9, que abalou a Província de Qinghai, no noroeste do país, deixou ainda cerca de 10 mil feridos
Como no terremoto que devastou a Província de Sichuan há dois anos, escolas parecem ter sido as construções mais atingidas
Ren Xiaogang/Xinhua/Associated Press
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Chineses caminham entre ruínas de prédios destruídos por terremoto em Yushu, cidade mais afetada pelo terremoto -85% das casas do local foram destruídas
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
Ao menos 589 pessoas morreram e outras 10 mil ficaram
feridas após o forte terremoto
de anteontem na Província chinesa de Qinghai (noroeste), vizinha à região do Tibete. Cerca
de 5.000 homens, incluindo
soldados e médicos, foram enviados à região para atuar nos
trabalhos de resgate.
O tremor ocorreu às 7h49 locais de ontem (20h49 de terça-feira em Brasília) e teve magnitude 6,9. Foram registradas
cinco réplicas de intensidade
menor. A região, montanhosa,
é relativamente despovoada.
A cidade mais afetada é Yushu, que teve 85% das casas destruídas, segundo a agência de
notícias oficial Xinhua. Cerca
de 100 mil pessoas vivem na região; o número de desabrigados
ainda é incerto.
Foram registrados vários danos à infraestrutura, como
pontes e estradas. Uma represa
teria rachado, mas até o fechamento desta edição não havia
informações sobre o impacto
do eventual vazamento de
água.
"A nossa principal prioridade
é salvar estudantes. As escolas
são sempre lugares que concentram muitas pessoas", disse
à agência Xinhua Kang Zifu,
oficial do Exército que participa das operações. Cerca de 70%
dos estabelecimentos de ensino desabaram, segundo dados
preliminares.
O último grande terremoto
na China havia ocorrido em
maio de 2008, deixando cerca
de 90 mil mortos na Província
de Sichuan. Na época, o governo chinês foi duramente criticado justamente pelo fato de as
escolas terem desabado em
proporção maior do que outras
repartições públicas, o que demonstrava fragilidade nas
construções.
Ontem, a descrição que vinha
do local do tremor era terrível.
"Posso ver pessoas feridas em
todos os lugares. O maior problema agora é que não temos
tendas, não temos equipamento médico, remédios e funcionários de saúde", disse o funcionário público Zhuo Huaxia à
Xinhua. ""As ruas estão tomadas
por pessoas em pânico e machucadas, muitas sangrando
pela cabeça."
Um dos principais desafios
para as equipes de resgate é
proteger a população do frio
constante -a região está a cerca de 4.000 metros do nível do
mar. Na primeira noite após o
terremoto, os termômetros registraram até -3C.
Além do envio de pessoal, Pequim anunciou fundo de US$
29,3 milhões para financiar a
ajuda às vítimas. Apesar do desastre, o presidente Hu Jintao
não cancelou a viagem à América Latina -hoje, deve passar o
dia em Brasília, onde participará de uma cúpula dos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).
Reações
Em nota, o secretário-geral
da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, disse que a entidade dará assistência à China caso o
país solicite.
Em tom semelhante, a secretária de Estado dos Estados
Unidos, Hillary Clinton, enviou
condolências às famílias das vítimas e ofereceu ajuda ao governo de Pequim.
Por meio do nota do Itamaraty, o governo brasileiro enviou "solidariedade às famílias
das vítimas" e manifestou "seu
sentido pesar ao governo e ao
povo chineses".
Veja galeria de fotos do
terremoto
www.folha.com.br/101048
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