São Paulo, terça-feira, 15 de maio de 2007

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Na Colômbia, Corte pede prisão de senadores por ligação com "páras"

Cinco congressistas e 15 políticos são acusados de assinar acordo com as AUC

DA REDAÇÃO

Agravando a crise no governo Álvaro Uribe, a Suprema Corte de Justiça da Colômbia pediu ontem a captura de 20 políticos -entre eles cinco congressistas e vários ex-deputados- acusados de manter laços com chefes do grupo paramilitar Autodefesas Unidas da Colômbia, (AUC). Ontem, ao menos sete dos acusados foram detidos.
Dos cinco congressistas procurados, quatro são aliados do governo. O escândalo já derrubara em fevereiro a chanceler Maria Consuelo Araújo -irmã de um senador preso com outros cinco congressistas também por seus laços com os "páras". Além disso, as suspeitas fizeram de Uribe um alvo de críticas em seu país e de democratas nos EUA -o presidente tenta aprovar um tratado de livre comércio com os EUA.
Uma das supostas envolvidas nessa nova fase do escândalo é a ex-representante da Câmara Eleonora Pineda, uma das maiores defensoras do diálogo de paz com as AUC, que conduziu ao desarmamento de 31 mil paramilitares. As AUC, de extrema direita, são acusadas de matar 9.000 pessoas ao longo de duas décadas de luta contra as guerrilhas de esquerda.
Os congressistas são acusados de assinar um pacto para "refundar a pátria", com as AUC, em 2001. O pacto, conhecido como acordo de Ralito, foi formalizado por trinta políticos, entre eles onze congressistas, e dez chefes das AUC. O documento foi revelado em 2006 por Miguel de la Espriella, senador que confessou sua participação no acordo e desatou o escândalo da "parapolítica".
O presidente da Suprema Corte, Alfredo Gómez, e o procurador-geral Mario Iguarán afirmaram que os políticos que assinaram o acordo de Ralito atuaram voluntariamente.
As acusações mostram que as AUC pressionaram os eleitores de suas zonas de influência para que políticos ligados ao grupo fossem eleitos. Em entrevistas na semana passada, o vice-presidente, Francisco Santos, afirmou que 34 congressistas poderiam ser detidos devido a implicações no escândalo.


Com agências internacionais


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