DO "NEW YORK TIMES"

Uma comissão de inspetores da AIEA (agência nuclear da ONU) concluiu, após visita aos reatores nucleares de Natanz, no Irã, que o país contornou algumas deficiências técnicas e começou a enriquecer urânio em uma escala consideravelmente maior do que a que vinha mantendo até então.
Os inspetores, que revelarão suas conclusões num relatório a ser entregue ao Conselho de Segurança da ONU na próxima semana, descobriram que o Irã já está operando com 1.300 centrífugas, as quais enriquecem o urânio que se tornará combustível para reatores nuclear. De acordo com um diplomata familiarizado com a análise das atividades de Teerã, nesse ritmo os iranianos podem estar operando com 3.000 centrífugas em junho e mais 5.000 até dezembro, o que significa que teriam capacidade para alimentar uma bomba atômica por ano.
A descoberta da AIEA pode mudar o foco do embate diplomático entre Teerã e potências ocidentais que querem que o país suspenda seu programa nuclear, por temerem que seu objetivo seja justamente produzir armamento atômico. O Irã nega ter fins bélicos e diz que sua meta é produzir energia.
"De agora em diante é questão de aperfeiçoar esse conhecimento. As pessoas não vão gostar disso, mas é fato", disse Mohammed el Baradei, diretor-geral da AIEA. A ONU já impôs duas levas de sanções econômicas e comerciais ao Irã.


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