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Israel pede a Bento 16 que contenha retórica do Irã
Netanyahu diz que papa deve elevar a voz contra discurso anti-israelense de Teerã
Presidente iraniano defende varrer Estado judaico do mapa; Vaticano se abstém de responder diretamente a apelo de premiê israelense
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu,
pediu ontem ao papa Bento 16
que contenha a retórica incendiária do governo do Irã contra
o Estado judaico.
"Pedi que, na sua condição de
figura moral, faça sua voz soar
alto e de maneira contínua contra as declarações do Irã sobre a
intenção de destruir Israel",
afirmou Netanyahu após encontro reservado de 15 minutos
com o papa, que hoje encerra
seu giro pelo Oriente Médio.
"Não é possível que no início
do século 21 haja um [governo]
dizendo que vai destruir o Estado judeu", insistiu o premiê,
numa referência ao presidente
Mahmoud Ahmadinejad.
O iraniano questiona o Holocausto e defende que Israel seja
varrido do mapa, embora nunca tenha dito que tomaria a iniciativa de atacar o país.
Israel encara o programa nuclear iraniano como uma ameaça à sua existência e quer costurar uma frente diplomática para conter Teerã. Os iranianos
dizem que enriquecem urânio
para produzir energia elétrica,
não bombas.
Netanyahu destacou que falta "uma voz enérgica condenando [o Irã]" e se disse satisfeito com a resposta do papa.
Segundo o premiê, Bento 16
condena o antissemitismo e
mostrou ter um "ouvido atento" às preocupações de Israel.
O Vaticano, que criticou reiteradas vezes os comentários
de Ahmadinejad sobre Israel,
absteve-se de detalhar o conteúdo da conversa entre o papa
e Netanyahu. Um porta-voz da
Santa Sé disse apenas que os
dois líderes compartilharam
ideias sobre como "avançar"
rumo à paz no Oriente Médio.
O papa deixou claro em sua
viagem de oito dias pela região
que defende a criação de um
Estado palestino, ideia apoiada
pelos EUA mas rejeitada pelo
linha-dura Netanyahu.
O premiê, que tem encontro
com o presidente americano,
Barack Obama, na próxima segunda-feira, defende zonas
econômicas palestinas sem ligação umas com as outras.
Além da defesa de um Estado
palestino, o papa também contrariou setores mais radicais
em Israel pela suposta "frieza"
mostrada na visita ao Memorial do Holocausto. Grupos judeus criticaram o pontífice por
não ter pedido desculpas explícitas por atos da Igreja Católica
e pela responsabilidade da Alemanha nazista no assassinato
em massa de judeus.
Premiê na Jordânia
Após receber o papa em Nazaré, Netanyahu fez uma visita-relâmpago à Jordânia, único
país árabe, ao lado do Egito, que
mantém relações diplomáticas
plenas com Israel.
No encontro com o rei Abdullah 2º, ocorrido na cidade de
Aqaba, o israelense também foi
cobrado a aceitar a solução de
dois Estados.
"Israel não obterá segurança
e estabilidade se os palestinos
não tiverem direito de se estabelecer em seu próprio Estado
e de ter uma oportunidade de
viver em paz", disse o monarca
jordaniano ao premiê israelense, segundo o governo de Amã.
Em recente entrevista ao jornal britânico "The Times", Abdullah 2º previu uma nova
guerra entre Israel e países árabes nos próximos 18 meses se
não houver progressos nas negociações de paz.
Com agências internacionais
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