São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2011

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China defende interesses e cobra solução para o endividamento

DE NOVA YORK

Não é só internamente que o governo Barack Obama enfrenta pressões para resolver o problema da dívida. A China, o principal credor externo dos EUA, também cobra uma solução.
"Nós esperamos que o governo dos Estados Unidos adote políticas e medidas responsáveis para garantir os interesses dos investidores", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês ao ser questionado sobre um possível rebaixamento da nota da dívida americana pela agência Moody's.
A China é dona das maiores reservas estrangeiras globais, estimadas em US$ 3 trilhões, e mais de um terço desse valor está aplicado em títulos do Tesouro americano.
Um calote dos EUA pode se tornar um grande problema também para Pequim, que nos últimos anos vem aplicando superavits obtidos no comércio global em títulos do governo americano.
A questão fica ainda mais grave pela falta de alternativas que possam absorver agora tamanho investimento. Vários países europeus cujos títulos tinham avaliação AAA (a mesma dos EUA e a mais alta) ou foram rebaixados ou estão ameaçados de perder a avaliação máxima.
O euro, que seria outra opção, também está pressionado pela crise da dívida que vem atormentando a região nos últimos meses e não para de se espalhar.
O Brasil é um dos países que podem sofrer com o problema. Quase dois terços das reservas internacionais do país, de US$ 340 bilhões, estão aplicados em papéis do governo americano.
Procurados, o Banco Central e o Ministério da Fazenda disseram que não falariam sobre questões relacionadas à dívida dos EUA. Segundo o presidente do Fed (o BC americano), Ben Bernanke, a falta de acordo para o teto da dívida seria "calamitosa" e provocaria um "choque financeiro muito severo". Para Bernanke, se os EUA deixarem de pagar juros da dívida ou suas obrigações com o programa de saúde Medicare, "será um calote de algum tipo".

Colaborou a Sucursal de Brasília


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