São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2011

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Senado da Itália aprova corte de gastos de € 79 bi

Parlamentares não só deram aval como ampliaram o plano governamental de arrocho para zerar deficit

Ajuste proposto vai até 2014, inclui taxas sobre depósitos bancários e o congelamento de pensão e aposentadoria

Tony Gentile/Reuters
O ministro das Finanças da Itália, Giulio Tremonti, no Senado italiano ontem

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Senado italiano aprovou ontem um plano de ajustes fiscais mais amplo do que havia sido proposto pelo Executivo e que impõe mais sacrifícios à população.
O novo pacote prevê uma meta de cortes de gastos e aumento de receitas de € 79 bilhões (R$ 176 bilhões) até 2014. O projeto inicial era de € 48 bilhões (R$ 107 bilhões).
O programa ainda terá que ser votado hoje na Câmara, mas a tendência é que também seja aprovado. No Senado, o placar obtido foi de 161 votos a favor, 135 contra e três abstenções.
O objetivo do pacote é zerar o deficit, ou seja, o rombo nas contas públicas, que no ano passado foi de 4,6% do PIB. Os cortes aprovados somam 5% do PIB.
Há o temor de que a Itália seja a "bola da vez", seguindo o caminho de Grécia, Irlanda e Portugal, que tiveram de recorrer a pacotes de ajuda para pagar suas dívidas. O jornal espanhol "El País" apontou que as famílias farão a maior parte do sacrifício. Pensões e aposentadorias serão congeladas e a idade mínima para se aposentar será elevada.
Os contribuintes também terão que arcar com gastos de saúde. Passarão a pagar € 10 em consultas médicas no sistema público e € 25 se for atendimento de emergência.
Será criado um imposto sobre os depósitos bancários, além de mudanças nos benefícios de imposto de renda. Já os cortes de gastos que serão feitos diretamente pela administração pública se limitam à redução de voos e carros oficiais. O Estado também terá que privatizar.
O ministro das Finanças da Itália, Giulio Tremonti, afirmou que o esforço do seu país não será suficiente se os demais europeus não fizerem o mesmo. "Como no Titanic, às vezes nem os passageiros da primeira classe se salvam." Eliminar o deficit público foi uma meta imposta pela União Europeia a Roma. Demonstrar disposição para atingi-la pode ajudar a acalmar os ânimos dos mercados.
Mas o mercado financeiro ainda não está convencido. Ontem o governo italiano fez uma nova emissão de títulos públicos, com juros recordes. Os bônus com vencimento em 15 anos pagarão taxas de 5,90% ao ano, contra 5,35% do último leilão.


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