São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2011

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Hugo Chávez fará seu tratamento de câncer no Brasil

Presidente da Venezuela disse ao governo brasileiro que aceita convite de Dilma para ter cuidados médicos aqui

Governo não confirma a informação, mas a diretoria do hospital Sírio-Libanês já foi contatada para recebê-lo

NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, comunicou ao governo brasileiro que aceita a oferta de Dilma Rousseff para se tratar de um câncer no Brasil.
Segundo a Folha apurou, o mais provável é que o presidente seja encaminhado ao hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A diretoria do hospital já foi contatada. A data de sua vinda, no entanto, ainda não está confirmada. A embaixada da Venezuela no Brasil não confirmou -mas também não negou- que o venezuelano esteja a caminho de São Paulo para continuar seu tratamento médico.
O Palácio do Planalto não confirmou a informação.
Anteontem, Chávez admitiu a possibilidade de ser submetido à radioterapia ou quimioterapia para combater o câncer. Ao contrário de versões publicadas na imprensa internacional, ele nega que a doença tenha afetado o cólon ou o estômago.
Dilma fez a oferta ao saber que o colega venezuelano realizou uma cirurgia em Havana, no mês passado, para retirada de um tumor. As fontes ouvidas pela Folha não revelaram detalhes sobre como será o tratamento nem quem pagará por ele. Apenas confirmaram a decisão do mandatário de aceitar o convite. Chávez completará 57 anos no próximo dia 28.
Na semana passada, a Folha revelou que integrantes do governo brasileiro haviam contatado a equipe médica que tratou a presidente Dilma Rousseff propondo que fossem a Caracas. Em 2009, a petista descobriu um câncer no sistema linfático quando era pré-candidata à sucessão presidencial.

DATA INDEFINIDA
A confirmação da vinda de Chávez ao Brasil foi transmitida ontem ao governo brasileiro por integrantes da administração chavista. Ainda não se sabe quando ele desembarca no país para iniciar o tratamento.
Chávez diz ter extraído um tumor na região pélvica em 20 de junho. A cirurgia ocorreu em Havana sob segredo, mas, diante da especulação crescente, acabou tendo de admitir a doença.
Ao Brasil, a diplomacia venezuelana informou que o tumor está "encapsulado" (controlado) e reafirmou que o câncer não está instalado no intestino.
No poder desde 1999, Chávez deixou Cuba em 4 de julho. Ele alertou, ainda, que necessita seguir um tratamento médico rigoroso que o obriga a limitar suas aparições públicas e sua agenda de trabalho.
A equipe do hospital Sírio- Libanês, para onde o presidente pode ser encaminhado, tratou também, além de Dilma, de José Alencar, morto em março, e do presidente do Paraguai, Fernando Lugo.
Em evento público ontem em Caracas, transmitido pela TV, Chávez foi interrompido por uma enfermeira, que lhe entregou medicamentos. O presidente voltou a agradecer a presidente Dilma Rousseff. "Obrigado, Dilma", afirmou, acrescentando que a presidente ofereceu fazer todo o possível para ajudar a ele e a Venezuela.
Ele não fez menção explícita à oferta de Dilma. Pela manhã, participou de outro evento. Parecia bem disposto, cantou música tradicional venezuelana e discursou.

Colaboraram ANA FLOR, ISABEL FLECK, FÁBIO ZANINI e FLÁVIA MARREIRO


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