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Apagão revive clima do 11 de Setembro em NY
BEATRIZ PERES
LEONARDO CRUZ
EM NOVA YORK
"Na casa da minha mãe também está tudo apagado. Ela ouviu
no rádio que pode ser um ataque
terrorista", disse Jessica Kline, 23,
após falar com a sua família que
vive no Estado de Ohio. Jessica fez
seu telefonema do bairro do
Queens, em Nova York, cerca de
20 minutos após a queda de energia que atingiu toda a Costa Leste.
No momento do blecaute, Jessica estava visitando a exposição do
artista plástico Max Beckmann,
no MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York) -a reportagem da Folha também estava no
local. Todas as luzes se apagaram,
a loja e o café do museu foram fechados, e o prédio foi evacuado.
Do lado de fora a confusão era
maior. Com o metrô parado, todas as pessoas foram orientadas a
pegar ônibus para chegar a qualquer destino. Mas os semáforos
não funcionavam, e os poucos
ônibus, lotados, não paravam em
nenhum ponto.
E o medo de um ataque terrorista estava instaurado. "Uma vidente me disse que eu morreria em
um acidente com água. Por isso
me mudei de Los Angeles para
Nova York. Achei que estaria segura aqui. Mas agora tenho medo
de morrer cruzando a ponte de
Queensboro para Manhattan",
disse, assustada, uma senhora que
preferiu não se identificar.
Na mesma fila do telefone público ao lado do MoMA, ela tentava sem sucesso falar com o seu
marido e com a polícia. Seu celular, como o de muitos na região,
não funcionava. O único meio para descobrir o que estava acontecendo eram os aparelhos de rádio.
Os motoristas, parados no congestionamento, ligavam os aparelhos de seus carros nas estações de
notícias no volume máximo para
que os pedestres também pudessem ouvir.
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