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AMÉRICA LATINA
Posse terá nove chefes de Estado da região
Duarte assume hoje Presidência do Paraguai prometendo "país sério"
PLÍNIO FRAGA
ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO
Em cerimônia com a presença
de nove chefes de Estado da América Latina, Nicanor Duarte Frutos, 46, assume hoje a Presidência
do Paraguai, país economicamente depauperado, politicamente frágil e com suas instituições assumidamente debilitadas
pela corrupção. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e
o ditador cubano, Fidel Castro,
em sua primeira visita ao país,
chegaram ontem e eram os mandatários mais esperados.
"Quero um país sério", repetiu
em entrevistas Nicanor Duarte.
Mas não será fácil fazê-lo. A renda
per capita no Paraguai caiu de
US$ 1.647 em 1998 para US$ 934
no ano passado. Segundo o próprio governo, a evasão fiscal no
país saltou de 42% para 73,5% em
cinco anos. A economia se retraiu
2,3% no ano passado. O país encerrou o primeiro semestre do
ano com um déficit fiscal (receita
menos despesas, exceto gasto
com juros da dívida) de cerca de
US$ 3 milhões e não paga a dívida
externa de US$ 2,283 bilhões.
E ainda há a corrupção. O presidente que deixa o cargo hoje, Luiz
González Macchi, foi proibido
ontem pela Justiça de sair do país,
acusado de envolvimento no desvio de US$ 16 milhões de dois
bancos em liquidação.
Duarte, do tradicional Partido
Colorado, no poder desde 1947,
tenta adotar um discurso de renovação. Ele assume por um mandato de cinco anos, em sucessão a
um período conturbado. O presidente eleito anteriormente, Raúl
Cubas Grau, foi obrigado a renunciar com sete meses no cargo.
González Macchi o sucedeu após
uma disputa jurídica controversa.
Segundo uma pesquisa publicada ontem pelo "ABC Color", principal jornal do país, 46,3% dos paraguaios dizem acreditar que
Duarte combaterá a corrupção,
mas 44,7% avaliam que ele "se envolverá", "tolerará", "fracassará"
ou "não poderá combater" a corrupção.
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