DA REDAÇÃO

Em entrevista coletiva ontem, o presidente dos EUA, George W. Bush, disse que o Hizbollah sofreu uma contundente derrota por parte de Israel. "O Hizbollah atacou Israel, começou a crise e sofreu uma derrota", afirmou Bush. "Haverá um novo poder no sul do Líbano", disse, em alusão aos planos do governo libanês, respaldado por uma força internacional, de assumir controle da região, que tem sido dominada pelo grupo terrorista. Bush disse que a guerra é parte de uma "luta maior entre a liberdade e o terror" e acusou Irã e Síria de alimentar o conflito entre Israel e o Hizbollah. "Podemos apenas imaginar o quão mais perigoso seria esse conflito se o Irã tivesse as armas nucleares que busca", disse o presidente americano. Bush, em declarações foram feitas depois de uma reunião com sua equipe de segurança nacional, afirmou que o Irã e a Síria são os maiores patrocinadores do Hizbollah. Para o presidente, a resolução de cessar-fogo da ONU foi "um primeiro passo importante que ajudará a por fim à violência". "O Líbano não poderá ser uma democracia enquanto houver um Estado dentro do Estado, e isso é o Hizbollah."

Ensaio para o Irã
Reportagem publicada neste fim de semana pela revista americana "The New Yorker" afirma que Israel, sob anuência de Washington, já tinha um plano para atacar o Hizbollah antes do seqüestro dos soldados. Os EUA estariam acompanhando o conflito como uma espécie de ensaio de um eventual ataque contra o Irã, diz o texto do repórter Seymour Hersh, que cita fontes anônimas da inteligência dos EUA. Segundo o agente, as discussões envolveram o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld. Outra fonte disse que a destruição de mísseis e túneis do Hizbollah no Líbano era "um "demo'" para o Irã".

Síria
O ditador da Síria, Bashar el Assad, tem programado para hoje um discurso em que deverá falar sobre a guerra entre Israel e o Hizbollah. Em entrevista a um jornal egípcio, ele disse que o "conflito militar terminou com vantagem para a resistência". De acordo com a imprensa israelense, Assad vem afirmando que "chegou a hora da libertação de territórios árabes", inclusive as colinas do Golã, por meio da "resistência". Israel afirma que parte do armamento do Hizbollah é de fabricação síria, principalmente mísseis de alcance médio. Os israelenses dizem também que Damasco forneceu mísseis antitanque Kornet, de fabricação russa, para o grupo xiita.