São Paulo, quarta-feira, 15 de agosto de 2007

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Chávez anunciará hoje reforma constitucional

Venezuelano quer reeleição sempre renovável

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Mesmo envolvido no "escândalo da mala" na vizinha Argentina, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciará hoje a sua esperada proposta de reforma constitucional. Entre os pontos mais controvertidos do projeto estão a reeleição indefinida e um amplo reordenamento territorial do país.
"Amanhã [hoje] começa uma grande batalha", afirmou Chávez ontem, em entrevista por telefone a um canal estatal. O presidente disse que o chamarão de "louco em todos os lugares" porque o projeto trará inovações conceituais, como a criação de "regiões marítimas".
A reforma constitucional está entre as três novidades mais importantes do terceiro mandato de Chávez, iniciado em janeiro, ao lado da criação do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) e da Lei Habilitante, aprovada pelo Congresso, que permite ao presidente legislar por decreto.
O conteúdo da reforma tem sido anunciado aos poucos nos últimos meses. Entre as propostas estarão a reeleição sem limites para presidente, a criação de territórios federais governados por vice-presidentes nomeados pelo Executivo, novos conceitos de propriedade e a implantação de uma "economia socialista".
A reforma tem sido duramente atacada pela oposição e pela Igreja Católica, que acusam Chávez de fazê-la para perpetuar-se no poder e seguir o modelo cubano. O governo diz que as críticas são precipitadas.
Para entrar em vigor, a reforma tem de ser aprovada pela Assembléia -controlada pelo chavismo- e ratificada em referendo. Chávez espera ter concluído o processo neste ano.


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