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Após cercar cidades-chave e áreas rebeldes, Rússia diz que deixa Gori
DA REDAÇÃO
A Rússia movimentou ontem
suas unidades militares em
áreas estratégicas da Geórgia,
dois dias depois de assinar um
cessar-fogo que deveria pôr fim
ao conflito de seis dias entre
Moscou e Tbilisi pelo controle
das regiões separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia.
O Kremlin cercou três cidades e ordenou busca por equipamentos abandonados pelo
Exército georgiano durante a
retirada. A movimentação é
parte da estratégia russa de
neutralizar a capacidade militar da Geórgia contra as regiões
rebeldes. Moscou argumenta
que ela não fere os termos do
cessar-fogo, que permitem à
Rússia tomar "medidas adicionais" de segurança no entorno
das áreas separatistas.
Além de ocupar as áreas, que
correspondem a um terço do
país, Moscou controla as vias
de transporte na Geórgia. A
Rússia admite substituir suas
tropas fora das zonas separatistas por policiais georgianos,
mas não confirma data da retirada. Ontem, o país estacionou
unidades a 56 quilômetros de
Kutaisi, segunda maior cidade
georgiana.
A Ossétia do Sul e a região de
Gori -cidade estratégica, a 30
km da região conflagrada- estão isoladas, segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. "Apesar do acordo, a violência continua, com civis sofrendo as conseqüências", disse
Ban, que criticou a "insegurança, o desrespeito às leis e outros
restrições". O escritório local
da ONU pediu que seja aberto
um corredor de segurança para
a entrega de auxílio humanitário. Cerca de 100 mil pessoas
abandonaram suas casas desde
o início do conflito.
Oficiais russos e georgianos
se encontraram ontem para negociar a devolução de Gori, que
teve suas bases militares implodidas pelos russos. Saqueadores intimidam moradores da
cidade, esvaziada.
A Rússia autorizou a entrada
de policiais georgianos em Gori
no início da manhã. As patrulhas conjuntas foram suspensas após três horas, e as negociações, tensas, foram retomadas pelo secretário do Conselho de Segurança da Geórgia,
Alexandre Lomaia, e o general
russo Viatcheslav Borisov.
Segundo o relato da agência
France Presse, Lomaia implorou aos jornalistas que não provocassem Borisov -furioso
com o que diz a mídia sobre a
atuação de seus homens na
guerra. "Todos os correspondentes dizem que a cidade foi
destruída", disse o general. "A
cidade continua aqui!". O enviado da Reuters, Matt Robinson, confirma que os danos aos
edifícios de Gori foram poucos.
Segundo Lomaia, os russos devem deixar hoje a cidade.
Com agências internacionais
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