São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2008

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Brancos serão minoria nos EUA em 2042

Projeção do Censo americano revela que o país está "mudando de cor" antes do que se esperava

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Negros, latinos, asiáticos, indígenas, nativos do Alasca (inuit) e cidadãos de outras minorias somados deverão suplantar a população branca nos Estados Unidos em 2042.
A projeção é do Censo americano, que revela que o país está mudando de cor mais rapidamente do que se previa em estudos passados, graças, especialmente, à explosão da população hispânica, devido a imigração, alta taxa de natalidade e avanço na expectativa de vida.
Hoje, o povo americano é formado por 66% de brancos não-hispânicos, 15% de hispânicos, 13% de negros, 4% de asiáticos e 3% pertencentes a outras categorias, como "nativos do Havaí". Em 2023, entre menores de 18 anos, brancos já não serão mais numerosos que os outros grupos somados.
Em 2039, deixarão de ser predominantes também entre a população com "idade média de trabalho" (18 a 64 anos). A virada na taxa total da população deverá acontecer em 2042 e, em 2050, os moradores dos EUA serão 46% brancos não-hispânicos, 30% hispânicos, 13% negros, 8% asiáticos e 5% de outras raças e origens.
Enquanto dobra em percentual, a população hispânica deverá triplicar em números absolutos e passar dos 46,7 milhões atuais para 132,8 milhões em 2050. A população negra crescerá de 41,1 milhões para 65,7 milhões.
Já os brancos terão expansão muito sutil no período, passando de 199,8 milhões para 203,3 milhões em 2050.
A estagnação é atribuída ao maior envelhecimento dessa população (que explodiu no período pós-guerra), o que influi diretamente na estabilização da taxa de natalidade.
Além desse fator, o número anual de estrangeiros que chega ao país, hoje na casa de 1,3 milhões, deverá passar de 2 milhões na metade do século.
Os Estados Unidos, que bateram a marca de 300 milhões de habitantes em 2006, devem ultrapassar 400 milhões no ano de 2039, segundo o Censo.

Cor e origem
A distinção de "hispânicos" (espanhóis e povos descendentes, como mexicanos) no Censo acontece desde os anos 1960. Revezes na metodologia são comuns ao longo das décadas.
No passado, italianos e irlandeses eram separados em um grupo à parte. Hoje, entram na conta de "brancos", por exemplo, se assim for sua cor.
Da mesma forma, entre brasileiros, o craque Pelé, se morasse nos EUA, entraria no grupo dos "negros", enquanto a cantora Bebel Gilberto é classificada como "branca".


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