|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brancos serão minoria nos EUA em 2042
Projeção do Censo americano revela que o país está "mudando de cor" antes do que se esperava
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Negros, latinos, asiáticos, indígenas, nativos do Alasca
(inuit) e cidadãos de outras minorias somados deverão suplantar a população branca nos
Estados Unidos em 2042.
A projeção é do Censo americano, que revela que o país está
mudando de cor mais rapidamente do que se previa em estudos passados, graças, especialmente, à explosão da população hispânica, devido a imigração, alta taxa de natalidade e
avanço na expectativa de vida.
Hoje, o povo americano é formado por 66% de brancos não-hispânicos, 15% de hispânicos,
13% de negros, 4% de asiáticos
e 3% pertencentes a outras categorias, como "nativos do Havaí". Em 2023, entre menores
de 18 anos, brancos já não serão
mais numerosos que os outros
grupos somados.
Em 2039, deixarão de ser
predominantes também entre
a população com "idade média
de trabalho" (18 a 64 anos). A
virada na taxa total da população deverá acontecer em 2042
e, em 2050, os moradores dos
EUA serão 46% brancos não-hispânicos, 30% hispânicos,
13% negros, 8% asiáticos e 5%
de outras raças e origens.
Enquanto dobra em percentual, a população hispânica deverá triplicar em números absolutos e passar dos 46,7 milhões atuais para 132,8 milhões
em 2050. A população negra
crescerá de 41,1 milhões para
65,7 milhões.
Já os brancos terão expansão
muito sutil no período, passando de 199,8 milhões para 203,3
milhões em 2050.
A estagnação é atribuída ao
maior envelhecimento dessa
população (que explodiu no período pós-guerra), o que influi
diretamente na estabilização
da taxa de natalidade.
Além desse fator, o número
anual de estrangeiros que chega ao país, hoje na casa de 1,3
milhões, deverá passar de 2 milhões na metade do século.
Os Estados Unidos, que bateram a marca de 300 milhões de
habitantes em 2006, devem ultrapassar 400 milhões no ano
de 2039, segundo o Censo.
Cor e origem
A distinção de "hispânicos"
(espanhóis e povos descendentes, como mexicanos) no Censo
acontece desde os anos 1960.
Revezes na metodologia são comuns ao longo das décadas.
No passado, italianos e irlandeses eram separados em um
grupo à parte. Hoje, entram na
conta de "brancos", por exemplo, se assim for sua cor.
Da mesma forma, entre brasileiros, o craque Pelé, se morasse nos EUA, entraria no grupo dos "negros", enquanto a
cantora Bebel Gilberto é classificada como "branca".
Texto Anterior: Geórgia: Tiro fere repórter que transmitia ao vivo de Gori Próximo Texto: Sucessão nos EUA: Convenção democrata incluirá Hillary como pré-candidata Índice
|