São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 2011

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Atentado em calma região afegã mata 20

Taleban assumiu autoria do ataque com seis homens-bomba, que teve como alvo escritório do governador de Parwan

Província hospeda a principal base dos EUA no Afeganistão; nova ação é demonstração de força dos insurgentes

IGOR GIELOW
ENVIADO ESPECIAL A CABUL

Um atentado envolvendo seis homens-bomba deixou pelo menos 20 mortos ontem em uma das áreas mais tranquilas do Afeganistão.
O Taleban assumiu a autoria da ação contra o escritório do governador da Província de Parwan, em Charikar, a 50 km da capital, Cabul.
Segundo o Ministério do Interior, um dos terroristas se explodiu no portão do complexo murado, abrindo caminho para outros cinco invasores. Metade dos mortos eram civis, que estavam à espera de atendimento oficial.
Outras 35 pessoas ficaram feridas por estilhaços de bombas e tiros. Três atacantes foram mortos, os outros se explodiram. O governador Abdul Basir Salangi saiu ileso.
Local famoso por sua produção de uvas, Parwan era um oásis de tranquilidade. A província hospeda a principal base americana no Afeganistão, Bagram, onde também há uma prisão com centenas de insurgentes.
O ataque é mais uma demonstração de força do Taleban, que vem aumentando a intensidade de suas ações desde que os EUA anunciaram, em junho, o começo da retirada das suas tropas.
Dos quase 140 mil soldados estrangeiros no país, 100 mil são americanos --e 10 mil devem sair até o fim do ano, com retirada supostamente total em 2014.
As lideranças do Taleban viram no anúncio uma oportunidade para reforçar sua posição. Há conversas indiretas para a eventual entrada do grupo como ator político, mas o vazamento das negociações emperrou o processo.
"Não acho que o Taleban vá entrar numa negociação com um governo enfraquecido. Melhor para eles é esperar a saída da maior parte das forças estrangeiras, para então aceitar conversar e cantar vitória", disse o analista político Hanoor Mir.
No Paquistão, uma bomba explodiu em um hotel na Província do Baluquistão, matando 12 pessoas. Nenhum grupo se responsabilizou.


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