DA REDAÇÃO

O papa Bento 16 aproveitou a audiência pública de ontem no Vaticano para elogiar o trabalho feito pelos exorcistas italianos. "Eu encorajo vocês a prosseguirem com seu importante ministério a serviço da igreja", disse o papa a um grupo de sacerdotes que assistia à cerimônia.
A declaração de Bento 16 trouxe à luz o que poucos, além de seu círculo mais próximo, sabiam: está acontecendo, possivelmente em Roma, a convenção nacional de exorcistas italianos. Se a cidade já é um mistério, o mesmo acontece com o lugar do encontro. "Eles tentam não dar publicidade para esse assunto", afirma um professor católico que conhece alguns exorcistas.
A Igreja Católica tem demonstrado um interesse cada vez maior pelo tema na Itália, onde há cerca de 400 exorcistas. Tanto a igreja como o governo italiano estão preocupados com a fascinação pelo satanismo e com as notícias de mortes em rituais. No ano passado, o país ficou atordoado com a história de dois adolescentes que faziam parte de uma banda de heavy metal chamada "Bestie di Satana" [bestas do Satanás] e foram mortos pelos outros integrantes do grupo em um sacrifício humano.
Segundo algumas estimativas, aproximadamente 5.000 pessoas são membros de cultos satânicos na Itália -mais de três quartos delas têm entre 17 e 25 anos.
Em 1999, o Vaticano publicou a primeira atualização do ritual do exorcismo desde 1614 e alertou que o Diabo continuava ativo. Na obra, a igreja pediu aos padres que levassem em conta a psiquiatria moderna na hora de decidir quem deve ser exorcizado.
No próximo mês, uma das universidades pontifícias de maior prestígio na Itália irá oferecer a continuação de um curso introdutório de exorcismo que foi ministrado no começo do ano.
O curso, que poderá ser feito nas salas de aula da Regina Apostolorum, em Roma, ou através de videoconferência em outras cidades italianas, inclui aspectos médicos, psicológicos e religiosos do satanismo e do exorcismo e tem duração de quatro meses.