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Brasil pode enviar membros do governo para negociação entre Morales e oposição
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil poderá enviar integrantes do governo para ajudar
a negociação entre Evo Morales e a oposição. A oferta será
feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião da
Unasul, marcada para as 15h
(16h em Brasília) em Santiago.
A informação é do assessor
de assuntos internacionais de
Lula, Marco Aurélio Garcia.
Oferta semelhante havia sido
feita na semana passada, quando o próprio Garcia iria chefiar
uma missão a La Paz, mas Morales recusou a oferta. De todo
modo, não havia garantias para
encontro com os dois lados em
conflito naquele momento.
Durante o fim de semana,
chanceleres dos países-membros da Unasul trocaram informações sobre a situação na Bolívia e traçaram as linhas gerais
para a reunião (ver texto acima). O Brasil quer um texto que
afaste qualquer possibilidade
de ingerência na Bolívia, mas
ainda não há um consenso.
O governo brasileiro não
quer tomar nenhuma decisão
sem a concordância do governo
boliviano e da oposição, posição bem diferente da de Hugo
Chávez, que sugeriu a reunião
de emergência e já ofereceu a
Evo Morales "apoio armado".
Sobre as declarações de Morales feitas sábado, acusando
"pistoleiros brasileiros e peruanos" pelo massacre em Pando,
onde morreram 25 pessoas na
última quinta-feira, Garcia disse não ter causado problemas
diplomáticos.
"Não temos nenhum informação concreta do que aconteceu. O fato é que há criminosos
em qualquer parte. Não há sentido em fazer comentários porque o criminoso pode ser boliviano, brasileiro ou francês e
vai ser criminoso em qualquer
lugar do mundo", comentou.
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