São Paulo, terça-feira, 15 de setembro de 2009

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Israel não congelará colônias, diz premiê

Netanyahu afirma que concessão aos EUA se restringirá à extensão dos assentamentos na Cisjordânia

DA REDAÇÃO

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, disse ontem que poderia reduzir a extensão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, mas não congelá-los, o que deve desagradar tanto aos EUA como à Autoridade Palestina, em meio à tentativa de reviver as negociações de paz no Oriente Médio -paralisadas desde o fim de 2008.
"Eles [EUA] pediram o congelamento total [das colônias], e respondemos não", disse Netanyahu à Comissão de Defesa e Relações Exteriores do Parlamento israelense, segundo um parlamentar presente, que falou sob condição de anonimato.
"Disse aos americanos que vamos considerar reduzir a extensão das construções (...) e por tempo limitado. Mas é necessário um equilíbrio entre avançar nas negociações e permitir aos habitantes [das colônias] que sigam com sua vida normal", agregou o premiê.
Netanyahu também disse que Jerusalém Oriental -reivindicada pelos palestinos- "não é um assentamento" e que as construções ali "continuarão normalmente".
Os EUA têm pressionado Israel pela paralisação das construções na Cisjordânia, uma exigência dos palestinos para a criação de um Estado próprio -norte das negociações desde 1993-, mas rejeitada pela direita israelense, incluindo o partido de Netanyahu, o Likud.
Na semana passada, Netanyahu havia acenado com a possibilidade de um pacto com os EUA sobre o tema, enquanto uma TV local anunciara que o premiê pretendia congelar por nove meses novas construções na Cisjordânia. Na mesma semana, porém, foram aprovadas 455 novas edificações israelenses no território de maioria palestina. E, anteontem, o enviado dos EUA ao Oriente Médio, George Mitchell, esfriou as expectativas de um acordo, dizendo que as negociações ainda eram "prematuras".
Hoje, Mitchell tem reuniões em separado com Netanyahu e com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, na difícil tentativa de delinear um pacto e orquestrar encontro entre o israelense e o palestino em paralelo à Assembleia Geral da ONU, no dia 23, em Nova York.
Somou-se ao impasse um artigo no "New York Times" de Turki al Faisal, ex-chefe dos serviços de inteligência da Arábia Saudita, que escreveu que o reconhecimento regional de Israel só virá após a remoção dos assentamentos. Ontem, Netanyahu disse que, "enquanto tentamos avançar, o outro lado toma posições extremadas".

Com agências internacionais



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