São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 2011

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ANÁLISE

País tem interesse no euro como um contrapeso ao dólar

DO "FINANCIAL TIMES"

Os países do grupo Brics -Brasil, Rússia, Índia e China- têm trilhões em reservas cambiais. A soma, combinada aos recursos dos governos e do BCE (Banco Central Europeu), sugere a visão sedutora de um fim para a crise na zona do euro. Mas essa visão é uma miragem.
Os Brics temem que os problemas da Europa desestabilizem suas economias. O que pode levá-los, especialmente a China, a conceder assistência à zona do euro -por um preço, é claro.
Mas os quatro países não falam em uníssono quanto às questões econômicas mundiais, nem coordenam ações.
Os indianos foram pegos de surpresa quando o Brasil propôs que os ministros das finanças e presidentes de bancos centrais do grupo usassem uma reunião em Washington na semana que vem para discutir ação conjunta em apoio à zona do euro.
Os benefícios políticos de uma iniciativa assim são evidentes. Mostra de que os Brics são cientes da importância da estabilidade nos mercados e da redistribuição de poder econômico, do Ocidente para o Oriente e o sul.
A China tem claro interesse na estabilidade da zona do euro, a qual sempre foi encarada por Pequim como potencial contrapeso ao dólar.
Com pesado investimento em títulos do Tesouro americano, a China está alarmada com o que vê como devassidão fiscal de Washington e com o rancor entre partidos políticos que impede a reorganização das finanças.
É concebível que a China adquira títulos de dívida europeus, um esforço para animar o mercado e conquistar crédito político internacional.
Mas Pequim já está vinculando um possível apoio à zona do euro a um reconhecimento pela União Europeia do país como economia de mercado.
Os chineses também estão enfatizando que os europeus precisam tomar jeito urgentemente, controlando a crise de crédito e reformando suas economias.
É uma mensagem da qual é difícil discordar.
Tradução de PAULO MIGLIACCI



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