São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004

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Investigação sobre corrupção em programa da ONU recebe US$ 30 mi

DA REDAÇÃO

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, anunciou que a investigação de supostos casos de corrupção no programa Petróleo por Comida (ação coordenada pela ONU nos anos 90, na qual se abriu uma exceção ao embargo imposto ao Iraque para a compra de alimentos) será financiada com US$ 30 milhões do próprio programa.
Na semana passada, um texto do Grupo de Pesquisa do Iraque (GPI), cuja missão era achar armas de destruição em massa no país, acusou o ex-chefe do programa Benon Sevan de aceitar propina do Iraque para fraudar o plano.
O GPI também acusou países europeus, incluindo a França (que se opôs à invasão do Iraque), e árabes de receber dinheiro do regime de Saddam Hussein.
Em reunião do grupo do Congresso dos EUA que investiga as acusações, ademais, a França foi citada, o que desagradou às autoridades do país. Anteontem, em carta enviada ao grupo obtida pela Folha, o embaixador francês nos EUA, Jean-David Levitte, refutou as acusações do relatório.
"O programa não produziu contrabando... As transações existentes sob o programa serviram de "apoio" para desvios e ofensas criminais, mas essas ações existiam antes do programa e continuaram a existir depois dele", afirmou Levitte.
Em declaração oficial, ele disse ainda: "Considero injusto que nomes de pessoas e de empresas de cerca de 40 países tenham sido expostos com base em acusações não comprovadas".
"Também me surpreende que nomes americanos tenham sido retirados do relatório para proteger sua privacidade. E quanto à privacidade dos cidadãos não-americanos?", perguntou Levitte.
"Sinto-me ultrajado ao ler ou ouvir que a França se opôs à guerra porque nosso voto talvez tivesse sido comprado por Saddam Hussein. A França foi contrária à guerra porque ela não era necessária. Não havia estoques de armas de destruição em massa nem laços entre Saddam e o 11 de Setembro", concluiu o embaixador. (MÁRCIO SENNE DE MORAES)


Com agências internacionais


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