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Investigação sobre corrupção em programa da ONU recebe US$ 30 mi
DA REDAÇÃO
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, anunciou que a investigação de supostos casos de corrupção no programa Petróleo por
Comida (ação coordenada pela
ONU nos anos 90, na qual se abriu
uma exceção ao embargo imposto ao Iraque para a compra de alimentos) será financiada com US$
30 milhões do próprio programa.
Na semana passada, um texto
do Grupo de Pesquisa do Iraque
(GPI), cuja missão era achar armas de destruição em massa no
país, acusou o ex-chefe do programa Benon Sevan de aceitar propina do Iraque para fraudar o plano.
O GPI também acusou países
europeus, incluindo a França
(que se opôs à invasão do Iraque),
e árabes de receber dinheiro do
regime de Saddam Hussein.
Em reunião do grupo do Congresso dos EUA que investiga as
acusações, ademais, a França foi
citada, o que desagradou às autoridades do país. Anteontem, em
carta enviada ao grupo obtida pela Folha, o embaixador francês
nos EUA, Jean-David Levitte, refutou as acusações do relatório.
"O programa não produziu
contrabando... As transações
existentes sob o programa serviram de "apoio" para desvios e
ofensas criminais, mas essas
ações existiam antes do programa
e continuaram a existir depois dele", afirmou Levitte.
Em declaração oficial, ele disse
ainda: "Considero injusto que nomes de pessoas e de empresas de
cerca de 40 países tenham sido expostos com base em acusações
não comprovadas".
"Também me surpreende que
nomes americanos tenham sido
retirados do relatório para proteger sua privacidade. E quanto à
privacidade dos cidadãos não-americanos?", perguntou Levitte.
"Sinto-me ultrajado ao ler ou
ouvir que a França se opôs à guerra porque nosso voto talvez tivesse sido comprado por Saddam
Hussein. A França foi contrária à
guerra porque ela não era necessária. Não havia estoques de armas de destruição em massa nem
laços entre Saddam e o 11 de Setembro", concluiu o embaixador.
(MÁRCIO SENNE DE MORAES)
Com agências internacionais
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