São Paulo, segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lista de principais nomes da China inclui políticos, atrizes e atletas

RICHARD McGREGOR
MURE DICKIE
DO "FINANCIAL TIMES"

A lista com os nomes das pessoas mais importantes atualmente na sociedade chinesa não é composta apenas de políticos e pessoas com o passado enraizado na revolução. Hoje, atrizes, atletas e, o que é sintomático, empresários estão entre os chineses VIP.
Encabeça a lista o presidente, Hu Jintao, que acumula também os cargos de secretário do Partido Comunista e comandante das Forças Armadas. Na prática, ele ocupa todos os postos políticos mais importantes da China. A extensão de seu poder deve ficar mais clara após o congresso do partido, que acontece a cada cinco anos e ocorre de hoje a domingo em Pequim, levando à nomeação de uma nova equipe dirigente.
Em seguida vem Li Keqiang. O líder provincial é o homem mais mencionado como potencial sucessor de Hu na Presidência. Li, 52, estudou direito e ascendeu nas fileiras da Liga da Juventude Comunista. Já governou as complicadas Províncias de Liaoning, no cinturão da ferrugem do nordeste chinês, e Hunan (centro), onde saiu ileso de escândalos sobre venda de sangue contaminado.
Entre os políticos, figura ainda Xi Jinping, chefe do Partido Comunista em Xangai. Xi possui excelente pedigree partidário -é filho de um revolucionário. Ele assumiu o comando do partido em Xangai (cidade maculada por escândalos) neste ano e vem recebendo elogios da mídia oficial, levando a especulações de que possa ser cogitado para uma promoção.

Fora da política
Outro nome de peso é o do atleta Liu Xiang. Poucos esportistas olímpicos chineses vão competir carregando o peso das expectativas que caem sobre os ombros do astro da corrida com barreiras Liu, 24, que ganhou a medalha de ouro mais valorizada pela China na Olimpíada de Atenas, em 2004 -a dos de 110 m com barreiras.
Artistas estão no páreo. Se Gong Li foi a atriz chinesa mais conhecida dos anos 1980 e 1990, esse manto agora foi vestido por Zhang Ziyi. Mas não se trata de uma posição que seja acompanhada de muita alegria.
A relação difícil de Zhang com a mídia de sua cidade natal foi exemplificada com as reações ao papel no hollywoodiano "Memórias de uma Gueixa", no qual foi criticada por macular a imagem da China ao interpretar uma "prostituta japonesa".
A líder ambiental Ma Jun não fica muito atrás. Ela criou o Instituto de Assuntos Públicos e Ambientais no final dos anos 1990, que identifica e critica os poluidores hídricos com o Mapa da Poluição da Água na China. Apesar de sua ação ainda ser capaz de levar alguém à prisão, as milhares de organizações ecológicas que surgiram no país já se tornaram indispensáveis para implementar a política ambiental do governo.
O empresário Yang Yuanqing, 42, também tem grande destaque. Ele vem aprendendo inglês da maneira mais difícil: usando a língua para dirigir a terceira maior fabricante mundial de computadores pessoais, a Lenovo. A empresa adquiriu a antiga unidade de PCs da IBM, em 2005, por US$ 1,75 bilhão.
Na economia, destaca-se também Chen Yuan. Desde 1998, Chen transformou o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) em importante instituição global de concessão de créditos. Com poderes para apoiar grandes obras de infra-estruturais locais, Chen vem tornando o banco um participante importante em reformas financeiras na China e, mais recentemente, fora do país. Por fim, há Zhang Yimou, diretor de cinema e teatro. Desancado em seu país, no passado, por ter criado filmes bem recebidos pelo público externo, como "Lanternas Vermelhas", Zhang se tornou tão queridinho do governo que foi encarregado de dirigir a cerimônia de abertura da Olimpíada de Pequim. Resta a ver até que ponto ele terá liberdade para colocar sua visão em prática.


Tradução de CLARA ALLAIN


Texto Anterior: China descarta "modelo do Ocidente"
Próximo Texto: "Raid" de Israel à Síria visou reator nuclear, diz jornal
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.