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Chefe do Exército turco vê risco para relação com EUA
Para general, resolução sobre genocídio compromete cooperação militar
Presidente da Câmara dos EUA, a democrata Nancy Pelosi afirma que levará proposta a votação, apesar de apelos da Casa Branca
DA REDAÇÃO
O poderoso chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da
Turquia, general Yasar Buyukanit, disse que, se o Congresso
norte-americano aprovar a resolução que qualifica como genocídio a morte de cerca de 1,5
milhão de armênios por turcos
otomanos em 1915, as relações
de Ancara com a Otan (aliança
militar ocidental) nunca mais
serão as mesmas.
A Turquia é um aliado-chave
de Washington e tem servido
como base logística para que os
Estados Unidos sustentem a
guerra no Iraque.
Analistas acreditam que a resolução sobre o genocídio poderia reduzir a influência de
Washington sobre Ancara e aumenta a probabilidade de os
turcos fazerem incursões no
norte do Iraque para caçar rebeldes curdos que usam território iraquiano para lançar ataques à Turquia. "Se a resolução
aprovada pela comissão for
aceita pelo plenário da Câmara,
nossas relações militares com
os EUA nunca mais serão as
mesmas, disse Buyukanit ao
jornal "Milliyet".
A presidente da Câmara,
Nancy Pelosi, que é democrata
e faz oposição a Bush, disse ontem que pretende levar a proposta a votação, apesar de a Casa Branca ter manifestado
preocupação com os efeitos
que uma aprovação teria sobre
as relações com a Turquia.
O governo turco deve obter
nesta semana autorização do
Parlamento para realizar uma
grande operação militar contra
militantes do separatista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) que se escondem
nas montanhas iraquianas.
No sábado, a secretária de
Estado dos EUA, Condoleezza
Rice, pediu ao governo turco
que mantenha a calma e evite
grandes operações militares. A
Casa Branca teme que uma
grande incursão turca desestabilize o norte do Iraque, a única
área relativamente tranqüila
do país. O Exército turco disparou anteontem à noite sete ou
oito salvas de artilharia contra
um vilarejo iraquiano.
Ancara chamou de volta para
consultas seu embaixador nos
EUA depois que a Comissão de
Relações Exteriores da Câmara
aprovou a resolução do genocídio. A medida, que é simbólica,
foi proposta por um deputado
da Califórnia cujo distrito tem
uma grande comunidade armênia. A votação em plenário está
prevista para ocorrer em meados de novembro.
Ontem, republicanos pediram a Nancy Pelosi que bloqueie a resolução.
Na semana passada, o presidente Bush expressou suas
preocupações: "Essa resolução
não é a resposta certa para essas matanças históricas, e sua
aprovação causará grandes danos nas relações com um aliado-chave na Otan e na guerra
contra o terrorismo".
Com agências internacionais
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