São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / O BOLSO E O VOTO

Em nova guinada, McCain volta foco para economia

Na véspera do último debate, hoje, republicano troca ataques pessoais por plano para a crise

Um dia depois de Obama, candidato governista anuncia proposta que inclui cortar impostos da classe média e mira aposentados

Chip Somodevilla/Getty Images/France Presse
McCain apresenta seu plano em Blue Bell, na Pensilvânia

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

Na véspera do último debate entre os candidatos majoritários à sucessão de George W. Bush, que acontece hoje, e a três semanas das eleições, o republicano John McCain deu mais uma guinada no rumo de sua campanha e mudou o foco para a crise econômica.
Essa é a preocupação número 1 da maioria dos eleitores e um dos motores do avanço recente do democrata Barack Obama nas pesquisas. Ontem, 24 horas depois de seu concorrente ter feito o mesmo, o senador do partido governista lançou emendas a sua proposta econômica, cuja base é a negociação direta entre os proprietários com hipotecas em atraso e o governo dos EUA.
Entre os itens anunciados do que foi batizado pela campanha como Plano de Aposentadoria e Seguridade, estão diminuição no imposto sobre lucro obtido com venda de ações e no imposto cobrado de aposentados que fizerem saques em seus planos de previdência em 2009 e 2010. Outras medidas promovem cortes de impostos ou oferecem incentivos fiscais à classe média em geral.
"Temos de restaurar a confiança no sistema financeiro", disse McCain em discurso na cidade de Blue Bell, na Pensilvânia, um dos mais importantes Estados-pêndulo (sem preferência partidária clara) nas eleições do dia 4. "Sob meu comando, o Departamento do Tesouro vai garantir 100% de todos os depósitos bancários por um período de seis meses." Hoje, o limite garantido é de US$ 250 mil por pessoa por banco.
O custo total das emendas do senador será de US$ 52,5 bilhões, ou US$ 7,5 bilhões menos que os adendos de Obama divulgados anteontem. A novidade foi recebida com ceticismo pela campanha do democrata. "A última jogada de McCain chega um dia e 101 milhões de famílias de classe média depois", ironizou o porta-voz Bill Burton, referindo-se ao número de lares que supostamente se beneficiariam do plano do democrata.
No discurso de ontem, McCain evitou os ataques pessoais a seu oponente que marcaram os últimos dez dias de sua campanha e -as pesquisas sugerem- custaram pontos ao candidato. Em vez disso, ele focou suas críticas na desregulação do mercado. "Com novas regras de transparência pública e responsabilidade, esses dias acabaram em Wall Street."


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