São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2010

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Jornais deixam de publicar tira sobre o profeta Maomé

Publicações americanas se preocuparam com a reação de seus leitores muçulmanos

DE SÃO PAULO

O "Washington Post" e outros jornais americanos preferiram publicar uma tirinha de humor antiga do cartunista Wiley Miller na edição do último domingo em vez da versão que ele havia desenhado para aquele dia -com uma referência ao profeta Maomé.
A informação foi divulgada pelo ombudsman do próprio "Post", Andrew Alexander. Segundo ele, o jornal temia causar polêmica entre os leitores, mais especificamente entre os muçulmanos.
A tirinha é publicada diariamente por 800 jornais.
Na história "censurada", Miller desenhou, em um quadrinho só, uma cena bucólica imitando o popular livro "Onde está o Wally?". Trata-se de um parque onde crianças compram sorvete, bichos correm e pessoas passeiam.
A "provocação" ficou por conta da legenda: "Onde está Maomé?". O profeta não é retratado no desenho. A maioria dos muçulmanos considera ofensiva qualquer representação gráfica de Maomé.
O editor do "Washington Post", Ned Martel, disse que decidiu não publicar a tirinha no último domingo, após consultar outros colegas, incluindo o editor executivo, Marcus W. Brauchli, porque "parecia uma provocação deliberada sem uma mensagem clara".
O cartunista disse que pretendia satirizar "a mídia se acovardando de medo de publicar qualquer cartum que contenha a palavra Maomé", disse ele ao ombudsman.

FOLHA.com
Veja a tira de Wiley Miller
folha.com.br/mu814830


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