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Em área do Hizbollah, Ahmadinejad ataca Israel
No Líbano, presidente do Irã pede
"resistência" contra os israelenses
Iraniano se encontra
por 2º dia seguido com
líderes libaneses e o
chefe do Hizbollah,
mostrando influência
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Os israelenses já estão habituados às pregações do
presidente do Irã defendendo o fim do Estado judeu.
Mas elas jamais aconteceram tão de perto como ontem, quando Mahmoud Ahmadinejad encerrou sua visita ao Líbano com um discurso a poucos quilômetros da
fronteira com Israel.
"O mundo deve saber que
os sionistas irão perecer",
disse Ahmadinejad a uma
plateia com milhares de pessoas em Bint Jbeil, no extremo sul do Líbano.
Reconstruída com financiamento iraniano após ter
sido uma das mais atingidas
por Israel na guerra de 2006
contra o grupo xiita Hizbollah, Bint Jbeil virou o palco
perfeito para as bravatas de
Ahmadinejad.
Desta vez, com vista para o
arqui-inimigo.
"Os sionistas não vão durar muito", exclamou Ahmadinejad, que pediu à plateia
de seguidores do Hizbollah
que continue a "resistência"
contra Israel. "Tragam derrota para os sionistas."
O discurso no sul do Líbano, onde a maioria da população é xiita como o presidente iraniano, era o momento mais esperado da visita de Ahmadinejad ao Líbano, a primeira desde que ele
assumiu o poder, em 2005.
Bastião do Hizbollah, o sul
do Líbano se enfeitou com
milhares de bandeiras do Irã
e do grupo xiita e preparou
uma grande festa, como nenhum outro líder estrangeiro
jamais recebera.
Mas o estabilishment não
xiita do Líbano também se
curvou à influência iraniana.
Ahmadinejad foi recebido
pela segunda vez em dois
dias pelo presidente do país,
Michel Suleiman, e pelo premiê, Saad Hariri.
Teve tempo de ser homenageado com um título de
doutor honorário na Universidade de Beirute antes de ser
levado de helicóptero à fronteira com Israel.
O estádio repleto em Bint
Jbeil e o tratamento de pop
star dado pela plateia xiita
coroaram a visita de Ahmadinejad e fizeram lembrar que
o Líbano é o único país do
mundo em que o polêmico
presidente iraniano é recebido com honras de herói.
"O sucesso do Irã em ajudar o Hizbollah a se tornar a
força dominante no Líbano e
a ter um papel importante no
confronto israelo-palestino
talvez seja o único triunfo da
política externa da Revolução Islâmica do Irã", escreveu o analista Rami Khouri,
no jornal "Daily Star".
SEM PEDRAS
Contrariando os rumores
que precederam a visita, Ahmadinejad não foi até a cerca
que demarca a fronteira para
jogar pedras contra Israel.
Helicópteros israelenses sobrevoaram a região durante
o discurso do iraniano, que
terminou sem incidentes.
Israel considera o Irã uma
ameaça existencial, pelas declarações explosivas de seu
líder e pelo programa nuclear, que afirma ter objetivo
militar, ao contrário do que
afirma Teerã.
"Nós ouvimos hoje os xingamentos que vieram da
fronteira", disse o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. "A melhor
resposta aos detratores foi
dada 62 anos atrás, o Estado
que nós construímos."
Antes de deixar o Líbano,
Ahmadinejad ainda se encontrou mais uma vez com o
líder do Hizbollah, Hassan
Nasrallah, de quem recebeu
um presente: a arma de um
soldado israelense capturada durante a guerra de 2006.
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