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Terremoto no Chile mata ao menos dois e fere 135
Em Tocopilla, cidade próxima ao epicentro, 40% das casas foram destruídas
Com cortes de eletricidade, trabalhos foram suspensos nas minas de cobre do país que tem a maior produção mundial, e preços subiram
DA REDAÇÃO
Um terremoto de magnitude
7,7 na escala Richter atingiu
ontem o norte do Chile às
12h43 (13h43 em Brasília) e
matou ao menos duas pessoas,
segundo autoridades locais. A
Agência Nacional de Emergência do Chile (Onemi) informou
que há ainda 135 feridos e danos em estruturas e redes de
comunicação. Santiago, cidades no Peru e na Bolívia e até
São Paulo sentiram o tremor.
O epicentro do abalo -que ficou a apenas 1,3 grau do topo da
escala- foi registrado 35 km a
leste da cidade de Tocopilla,
1.632 km ao norte de Santiago,
a uma profundidade de 59 km.
Depois de anunciar que não
alteraria sua agenda, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, decidiu encabeçar uma
delegação de ministros enviada
ao norte do país, onde deverá
chegar hoje. Quatro caminhões
com víveres também foram
mandados, e um avião da Força
Aérea irá ao local do desastre
nesta manhã.
O Consulado do Brasil em
Santiago disse que não há relatos de brasileiros feridos, mas
que continua fazendo contatos
na região atingida.
O número de mortos ainda
pode aumentar. Cerca de 50
pessoas que trabalhavam no túnel Galleguillos, por onde passa
uma rodovia no norte do país,
ficaram presos quando a estrutura desabou devido ao tremor.
À noite, o capitão Inácio Rojas, da Marinha, disse a um canal de TV local que "há novas
informações dando conta de
que mais pessoas estão presas".
A cidade mais atingida foi
Tocopilla, onde Olga Ortiz, 54,
e Leontina Espejo, 88, morreram quando suas casas desabaram. Outras 115 pessoas se feriram e 40% das edificações da
cidade foram afetadas, informou à Folha Paola Miralles, do
centro de informações da Onemi. O prefeito da cidade, Luis
Moyano, disse que ao menos
4.000 pessoas estavam desabrigadas. "Os cidadãos terão de
dormir nas ruas", afirmou ele.
Em María Elena, outras 20
pessoas ficaram feridas. Tocopilla, María Elena e San Pedro
ficaram também sem comunicação telefônica e de rádio.
Em Antofagasta, cinco pessoas ficaram feridas, e o tremor
cortou a energia temporariamente. Também houve danos
em estruturas na cidade. No
hotel Radisson, a fachada desmoronou, esmagando carros
estacionados. Ninguém se feriu. "Estamos funcionando
normalmente. Os hóspedes
continuam aqui", disse à Folha
Francisco Gongora, chefe de
manutenção do hotel. "Só saímos para a rua durante o terremoto -e já vi maiores."
Segundo autoridades de Antofagasta, os cidadãos foram
beneficiados por um treinamento de emergência realizado
em agosto último, do qual participaram 50 mil pessoas.
O país chegou a lançar um
alerta para tsunamis, mas o
suspendeu ontem mesmo.
Em Santiago, o terremoto
não causou danos. "Nem saímos do escritório. Estamos
acostumados com esses pequenos tremores", disse a conselheira Sheila de Oliveira, do
consulado brasileiro, por telefone, à Folha. "Este foi grande,
mas estamos preparados", avaliou Paola Miralles.
Riqueza natural
Vários tremores secundários
atingiram a região durante a
tarde. Em Calama, a 100 km do
epicentro, a grande mina de cobre de Chuquicamata, da empresa Codelco, interrompeu os
trabalhos por cerca de duas horas devido a cortes de energia.
O Chile é o principal produtor mundial de cobre, sendo
responsável por um terço da
produção anual do minério. O
preço do cobre subiu até 6,29%
ontem em Nova York devido
aos relatos sobre o tremor.
Em episódios não relacionados, um terremoto de 5,6 graus
sacudiu El Salvador e Guatemala, sem danos. Na Argentina,
outro tremor, de 4,5 graus, foi
sentido 1.260 km a oeste de
Buenos Aires.
Com ANDREA MURTA e agências internacionais
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