São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / DEPARTAMENTO DE ESTADO

Hillary é cotada para ser chanceler

Ex-adversária nas primárias se encontrou com Obama na quinta, mas se negou a confirmar rumores

Aliado afirma que trânsito de ex-primeira-dama com líderes mundiais é trunfo; Kerry, que projetou Obama, também postula cargo

Nathaniel Brooks/"The New York Times"
Hillary cumprimenta platéia de discurso em Albany; além do Departamento de Estado, ela também é cotada para ocupar Saúde

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

A ex-primeira-dama Hillary Clinton teve que adiar seus planos presidenciais, mas parece não ter desistido de voltar à Casa Branca. Nem que seja como membro do gabinete do presidente eleito Barack Obama: a senadora e ex-pré-candidata democrata é o mais recente nome a aparecer na bolsa de apostas de Washington para liderar o Departamento de Estado.
O rumor ganhou força depois de vir a público o encontro que os dois tiveram na quinta, em Chicago. "Não vou especular sobre nada a respeito do gabinete do presidente eleito", disse ela ontem, após discurso em Albany, capital de Nova York. "Vou respeitar seu processo, e qualquer pergunta deve ser dirigida a seu time de transição." Esse se recusa a comentar.
Em entrevista recente à FoxNews, a ex-primeira-dama havia dito que não se interessava em ser indicada para uma vaga na Suprema Corte e dizia que achava pouco provável que voltasse a concorrer à Presidência em 2012 ou que disputasse o posto de líder no Senado, três das opções mais costumeiramente associadas a seu nome nas últimas semanas.
Falava-se ainda do cargo de secretária da Saúde, no qual poderia finalmente implantar seu plano de saúde pública, o que tentou fazer como primeira-dama. Logo após Obama conquistar a candidatura, especulava-se que sua ex-rival, com mais de 18 milhões de votos nas prévias partidárias, seria candidata natural ao posto de vice -que acabou com Joe Biden.
Jon Corzine, governador de Nova Jersey, disse que Hillary seria perfeita para a posição. "Ela já conhece a maior parte dos líderes estrangeiros, com quem já tem uma relação na qual pode sentar-se e falar diretamente sobre os problemas que existem tanto bilateral quanto multilateralmente."
Hillary entra assim num time seleto de não-diplomatas apontados como possíveis escolhas de Obama, composto pelo senador John Kerry, de Massachusetts, e o governador Bill Richardson, do Novo México.
Kerry, candidato derrotado por Bush em 2004, foi o primeiro cacique democrata a dar chance de exposição nacional a Obama, ao convidá-lo a fazer discurso de destaque na convenção do partido em 2004; foi também dos primeiros a apoiar sua candidatura, em 2007.
Já Richardson, de ascendência mexicana, traria diversidade ao gabinete e pagaria a dívida de Obama com os eleitores latinos, que o ajudaram a vencer em Estados-chave.
Correndo por fora, estão clintonistas como Anthony Lake, ex-assessor de Segurança Nacional, e Richard Holbrooke, ex-enviado à ONU, e os senadores republicanos moderados Chuck Hagel e Richard Lugar.


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