São Paulo, domingo, 15 de novembro de 2009

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Meio-irmão do americano causa polêmica

DE PEQUIM

Dez dias antes da primeira visita do presidente americano Barack Obama à China, seu meio-irmão Mark Okoth Obama Ndesandjo fez uma rara aparição pública para lançar seu primeiro romance de fundo autobiográfico.
Na obra, "De Nairóbi a Shenzhen", ele conta que seu pai batia nele e em sua mãe, a terceira mulher do pai de Obama.
Mark Ndesandjo mora há sete anos no sul da China, na cidade de Shenzhen, vizinha a Hong Kong, considerada o laboratório do capitalismo chinês.
Desde a campanha vitoriosa de seu irmão presidente, Ndesandjo foge da imprensa internacional e da chinesa, mas decidiu lançar o livro às vésperas da visita de Obama a Pequim, com uma coletiva de imprensa em Cantão, na Câmara Americana de Comércio. E anunciou que 15% das vendas do livro serão doadas para caridade.
Apesar de declarar que se trata de uma obra de ficção, que ele começou a escrever há dez anos, Ndesandjo afirmou que começou como uma "autobiografia" e que reflete "muitas experiências de minha própria vida como uma criança criada no Quênia".
"Minha mãe costumava dizer que meu pai era um homem brilhante, mas um fracassado social", disse.
"Lembro de ouvir gritos e de ouvir a dor da minha mãe", diz, em referência à americana Ruth Nidesand, terceira mulher do pai de Obama. "Ele batia nela e em mim, demorou para conseguir superar as marcas da violência."
Ndesandjo estudou física nas universidades Brown e Stanford e é consultor de empresas americanas e chinesas em Shenzhen, onde se casou com uma jovem chinesa.
O novo escritor não deu maiores detalhes sobre a relação com o irmão, mas disse que esteve em Washington para a posse de Obama como convidado. Citou que tem pronta uma autobiografia, mas que não encontrou editora, e que mantém contato com o presidente americano.
"Quero ser conhecido como escritor, não pelo meu parentesco com o presidente", disse.
Ele só respondeu cinco perguntas. Não falou da relação entre EUA e China, mas sugeriu que os americanos aprendam com a importância dada à família na China. (RJL)


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