São Paulo, domingo, 15 de novembro de 2009

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Ação anticrime cresce na agenda eleitoral de Uruguai e Bolívia

DA REPORTAGEM LOCAL

A campanha presidencial de segundo turno no Uruguai só começa oficialmente hoje, mas a oposição já escolheu a insegurança como mote para tentar mitigar o favoritismo de José Mujica, candidato do presidente Tabaré Vázquez para a votação do próximo dia 29.
Os opositores tentam vincular Mujica, ex-guerrilheiro do grupo Tupamaro, ao caso do contador Saúl Feldman, que se matou no último dia 1º, após tiroteio de 18 horas com a polícia. Na casa de Feldman havia 700 armas e textos com referências ao movimento tupamaro, que combateu a ditadura no país.
O Partido Nacional (centro-direita), do candidato e ex-presidente (1990-1995) Luis Alberto Lacalle, veiculou informe de TV ligando Mujica ao caso.
Com crescimento médio anual do PIB de 6,9%, a gestão Vázquez (2005-2009) é aprovada por 60% dos uruguaios. Os índices de violência, um dos mais baixos da região, são estáveis, mas a oposição busca trazer o tema à arena.
"A novidade é que a segurança se tornou a principal preocupação, após 15 anos de liderança do emprego. É um tema que deixa a esquerda incômoda. É onde a autoridade está mais em jogo, e Lacalle diz que o governo não sabe exercer a autoridade", diz Daniel Chasquetti, da Universidade da República.
Na Bolívia, a segurança urbana também ganhou inédita relevância. No começo do mês, o esquerdista Evo Morales, favorito para obter a reeleição em 6 de dezembro, enviou militares para combater o crime em Santa Cruz, bastião opositor. "O envio de militares responde a uma necessidade e ao momento eleitoral. É parte da estratégia de Morales para conquistar a classe média, já que a zona rural está garantida", diz o economista Gonzalo Chávez.
A ONU aponta alta na produção de cocaína sob o líder cocaleiro Morales (90% da droga vem para o Brasil). A oposição diz que é resultado da "total liberdade" dada aos cocaleiros. O boliviano aumentou a área legal para o plantio de coca e, em 2008, expulsou a DEA, a agência antidrogas dos EUA, sob acusação de ingerência política.


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