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Ação anticrime cresce na agenda eleitoral de Uruguai e Bolívia
DA REPORTAGEM LOCAL
A campanha presidencial de
segundo turno no Uruguai só
começa oficialmente hoje, mas
a oposição já escolheu a insegurança como mote para tentar
mitigar o favoritismo de José
Mujica, candidato do presidente Tabaré Vázquez para a votação do próximo dia 29.
Os opositores tentam vincular Mujica, ex-guerrilheiro do
grupo Tupamaro, ao caso do
contador Saúl Feldman, que se
matou no último dia 1º, após tiroteio de 18 horas com a polícia.
Na casa de Feldman havia 700
armas e textos com referências
ao movimento tupamaro, que
combateu a ditadura no país.
O Partido Nacional (centro-direita), do candidato e ex-presidente (1990-1995) Luis Alberto Lacalle, veiculou informe
de TV ligando Mujica ao caso.
Com crescimento médio
anual do PIB de 6,9%, a gestão
Vázquez (2005-2009) é aprovada por 60% dos uruguaios. Os
índices de violência, um dos
mais baixos da região, são estáveis, mas a oposição busca trazer o tema à arena.
"A novidade é que a segurança se tornou a principal preocupação, após 15 anos de liderança do emprego. É um tema que
deixa a esquerda incômoda. É
onde a autoridade está mais em
jogo, e Lacalle diz que o governo não sabe exercer a autoridade", diz Daniel Chasquetti, da
Universidade da República.
Na Bolívia, a segurança urbana também ganhou inédita relevância. No começo do mês, o
esquerdista Evo Morales, favorito para obter a reeleição em 6
de dezembro, enviou militares
para combater o crime em Santa Cruz, bastião opositor. "O
envio de militares responde a
uma necessidade e ao momento eleitoral. É parte da estratégia de Morales para conquistar
a classe média, já que a zona rural está garantida", diz o economista Gonzalo Chávez.
A ONU aponta alta na produção de cocaína sob o líder cocaleiro Morales (90% da droga
vem para o Brasil). A oposição
diz que é resultado da "total liberdade" dada aos cocaleiros. O
boliviano aumentou a área legal para o plantio de coca e, em
2008, expulsou a DEA, a agência antidrogas dos EUA, sob
acusação de ingerência política.
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