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Sarkozy muda equipe para sair do abismo
Com popularidade no chão e acusações de corrupção, presidente da França anuncia troca de vários ministros
Baixas incluem Woerth, titular do Trabalho, que é alvo de denúncias, e o chanceler Kouchner; premiê Fillon é mantido
Gonzalo Fuentes/Reuters
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Chefe de gabinete de Nicolas Sarkozy, Claude Gueant, lê lista de novos ministros em frente ao Palácio do Eliseu, em Paris
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O presidente da França,
Nicolas Sarkozy, anunciou
ontem uma reforma no seu
gabinete a fim de relançar
um governo que enfrenta crise de popularidade e com vistas à eleição presidencial de
2012, quando deve tentar novo mandato.
A reforma substitui titulares de importantes ministérios, como Relações Exteriores, Defesa e Trabalho, mas
mantém o premiê e titulares
de pastas como Economia e
Interior.
A reformulação era esperada ao menos desde junho,
quando o presidente anunciou a intenção de levá-la a
cabo assim que a sua contestada reforma da Previdência
fosse aprovada.
O projeto, que aumenta a
idade mínima para a aposentadoria de 60 para 62 anos,
entre outras medidas impopulares, visa conter o aumento do deficit orçamentário e tornou-se lei na última
quarta-feira.
A tramitação do texto na
Assembleia Nacional motivou uma série de greves e
protestos de rua nos últimos
meses e fez a aprovação de
Sarkozy cair a 35%, segundo
pesquisa publicada na semana passada.
É o mais baixo índice desde a sua eleição, há três anos.
A reformulação do gabinete,
contudo, surpreendeu pela
rapidez com que ocorreu.
Anteontem, o premiê
François Fillon e todo o ministério renunciaram, uma
formalidade para a reforma.
Em menos de 24 horas, Fillon já fora reconduzido ao
cargo, no entanto. Ontem à
noite, o restante do gabinete
foi anunciado.
NOMES
As alterações mais importantes foram nas pastas das
Relações Exteriores, com a
ministra da Justiça, Michele
Alliot-Marie, substituindo o
socialista Bernard Kouchner,
e da Defesa, com o ex-premiê
Alain Juppé, um dos pesos-pesados da direta francesa,
retornando ao governo, no
lugar de Hervé Morin.
Ficam no cargo, além de
Fillon, a ministra da Economia, Christine Lagarde, e o
do Interior, Brice Hortefeux.
Entre os que saem, destacam-se, além de Kouchner, o
ministro da Ecologia, Jean
Louis Borloo -que era cotado para substituir Fillon-, e
o do Trabalho, Eric Woerth.
Woerth, que dará lugar a
Xavier Bertrand, está no centro do escândalo das supostas doações ilegais de campanha feitas pela herdeira do
grupo de cosméticos L'Oreal,
Liliane Bettencourt.
A acusação, que ele nega,
é de que teria recebido as
quantias em nome do presidente francês.
Antes mesmo do anúncio,
a reforma já recebia críticas.
Morin, ex-titular da Defesa,
disse anteontem que enxergava na reformulação a montagem de uma "equipe de
campanha" visando 2012.
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