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Dissidente pede diálogo com junta de Mianmar
Nobel da Paz Aung San Suu Kyi foi libertada anteontem por militares
Em discurso para 4.000
simpatizantes, ativista defende democracia e reconciliação para o país do Sudeste Asiático
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
No aguardado primeiro
discurso desde que foi libertada anteontem, a prêmio
Nobel da Paz Aung San Suu
Kyi, 65, pediu a "reconciliação nacional" de Mianmar
(ex-Birmânia).
Disse ainda estar disposta
a conversar com a junta militar que a manteve encarcerada por 15 dos últimos 21 anos.
"Estou preparada para
conversar com qualquer um.
Não guardo ressentimento
de ninguém", disse.
Os birmaneses assistiram
em grande número ao discurso, em frente à sede de seu
partido, na cidade de Yangun, a maior do país.
Cerca de 4.000 pessoas teriam comparecido.
Suu Kyi pediu que as pessoas se manifestem sobre o
que desejam.
Ela revelou que, durante o
último período que passou
presa, em sua casa, ficava
atenta ao rádio para identificar as necessidades do povo.
Para ela, falta às pessoas
participação política para
reivindicar melhores condições de vida. "Vocês têm que
se levantar para o que é certo.
A luta de apenas uma mulher
não é democracia."
Os policiais, como na ocasião de sua libertação, não se
envolveram.
O jornal do governo, "The
New Light of Myanmar" (a
nova luz de Mianmar), noticiou o fim da pena.
A reportagem disse que ela
recebeu o perdão por causa
do bom comportamento,
além de afirmar que a polícia
"está pronta para conceder o
apoio que precisar".
O general Than Swe, que
governa o país sob rigoroso
controle das vozes opositoras, considera "a dama", como Suu Kyi é chamada, uma
ameaça para o regime.
Em entrevista à rede de televisão britânica BBC, a dissidente disse que é hora de "resolver as diferenças" com os
generais que estão no poder.
"Precisamos conversar
uns com os outros, descobrir
o porquê das discordâncias e
tentar remover as razões dessas diferenças", propôs.
Diplomatas esperam que
Suu Kyi trabalhe para derrubar as sanções impostas por
países ocidentais a Mianmar.
Um terço da população de 50
milhões vive na pobreza.
A expectativa é que ela reconstrua seu partido, a Liga
Nacional pela Democracia,
vencedor de eleições em
1990 que foram ignoradas
pela junta militar.
A ativista disse que seu objetivo é orquestrar uma aliança que reúna as lideranças
democráticas do país.
"Nós a consideramos uma
líder nacional, e ela não pertence a nenhum grupo ou
partido", disse Khin Maung
Swe, líder da Força Democrática Nacional, de oposição.
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