|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Blair diz que captura
trará "reconciliação"
DA REDAÇÃO
Desgastado pelo apoio aos Estados Unidos na Guerra do Iraque,
o premiê britânico, Tony Blair,
comemorou a captura do ex-ditador Saddam Hussein, afirmando
que ela abrirá espaço para "unidade e reconciliação".
"A sombra de Saddam finalmente deixou o povo iraquiano.
Nós agradecemos muito por isso,
mas vamos fazer disso mais do
que uma simples comemoração",
disse Blair, em Londres.
"Onde seu governo significava
terror, divisão e brutalidade, que
sua captura traga unidade, reconciliação e paz entre todas as pessoas do Iraque."
Blair enfrentou uma grande
oposição por sua decisão de enviar tropas à Guerra do Iraque e
está seguro de que a captura será
uma alavanca política. Blair e o
presidente George W. Bush conversaram por telefone pouco antes das declarações do premiê.
O premiê disse que a população
iraquiana pode agora ter certeza
de que o violento regime do ex-ditador realmente acabou. "São eles
que decidirão seu destino."
Blair disse que os aliados sunitas
de Saddam e ex-membros do partido governista Baath poderiam
ter uma função num futuro Iraque democrático. "Podemos colocar o passado para trás."
França e Brasil
A França, que se opôs à Guerra
do Iraque e atravessa uma relação
turbulenta com os EUA, disse que
a captura ajudará a estabilizar o
país e o levará à sua soberania.
"É um grande evento, que deve
contribuir bastante para a democracia e a estabilidade no Iraque e
permitir que os iraquianos controlem o seu destino", disse o presidente Jacques Chirac.
Em nota à imprensa, o governo
brasileiro disse que a prisão representa "um ponto de inflexão
na situação iraquiana e conta que
contribuirá para acelerar o processo de transição ao autogoverno pelo povo iraquiano". O governo brasileiro voltou a defender
um envolvimento maior da ONU.
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, que tem sido crítico da
Guerra do Iraque, disse, em nota,
que a captura de Saddam é uma
oportunidade para "renovar o
ímpeto à busca da paz e da estabilidade no Iraque".
Annan reiterou a disposição da
ONU para fazer todo o possível
para ajudar os iraquianos "caso
seja solicitado e se as circunstâncias permitirem".
A ONU retirou seus funcionários estrangeiros do Iraque depois
que um atentado em Bagdá, em
agosto passado, matou 22 pessoas, entre elas o brasileiro Sérgio
Vieira de Mello.
O chanceler (premiê) alemão,
Gerhard Schröder, que também
se opôs à Guerra do Iraque, cumprimentou o presidente George
W. Bush. "Com muita alegria eu
recebi a notícia da prisão de Saddam", escreveu Schröder, em carta a Bush divulgada pelo governo
alemão. "Eu o cumprimento nessa ação bem-sucedida."
Moscou espera que a captura
contribua para o processo iraquiano de organização política,
segundo o chanceler Igor Ivanov.
O governo espanhol, outro país
que apoiou a guerra, também comemorou a notícia. "É a hora de
ele pagar por seus crimes", disse o
premiê José María Aznar.
O premiê israelense, Ariel Sharon, disse que havia ligado para
Bush cumprimentando-o pela
prisão, classificada por ele como
uma "vitória na luta contra o terrorismo internacional". Em 1991,
na Guerra do Golfo, o Iraque disparou mísseis contra Israel.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Sentimentos se dividem no mundo árabe após prisão de líder anti-EUA Índice
|