São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

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Morte de Diana foi acidente, diz relatório

Nova investigação da polícia britânica descarta hipótese de assassinato e desmente que princesa de Gales estava grávida

Pai do namorado de Diana, que também morreu no acidente em Paris, em 1997, rejeita o relatório: "Verdade está sendo encoberta"

DA REDAÇÃO

Um relatório da polícia britânica baseado em três anos de investigação derruba as teorias conspiratórias e conclui que a morte da princesa Diana, em 1997, foi "um trágico acidente". O dossiê, apresentado ontem em Londres, repete a conclusão da investigação francesa de 1999, que culpava o excesso de velocidade e o motorista alcoolizado pelo acidente que matou a princesa e seu namorado, Dodi al Fayed, num túnel de Paris.
O pai de Dodi, o bilionário egípcio Mohammad al Fayed, que desde o acidente afirma que ele foi obra do serviço secreto britânico, rejeitou o relatório. "A verdade está sendo encoberta", disse seu porta-voz.
A investigação foi aberta especificamente para examinar as alegações de Fayed, que é dono da Harrods, a mais famosa loja de departamentos britânica. A tese do egípcio é a de que o Estado britânico planejou o assassinato para impedir que Diana e Dodi, que estariam noivos, casassem e tivessem filhos.
O ex-chefe de polícia John Stevens, que liderou a investigação, disse que Diana não estava grávida quando morreu. Dodi havia comprado um anel de noivado no dia do acidente e dissera a seu pai que pediria a mão de Diana à noite, disse Stevens. Mas, segundo amigos da princesa, ela não estava noiva.
"Nossa conclusão é que, com os indícios disponíveis, não houve conspiração para assassinar nenhum dos ocupantes do carro," afirmou Stevens. ""Foi um trágico acidente."
O inquérito levou três anos para ser concluído e custou US$ 8 milhões. A equipe de Stevens entrevistou 300 pessoas, entre elas o príncipe Charles e seu pai, o duque de Edimburgo, que Fayed acusa de estar ligado ao MI6, serviço secreto britânico, no suposto assassinato
Os investigadores examinaram indícios reunidos pelas autoridades francesas e coletaram 600 novas provas, além de ter criado um modelo computadorizado da cena do acidente.
Mohammad al Fayed, reagiu ao relatório Stevens com uma defesa teatral da teoria conspiratória que sustenta desde o acidente. "Sou um pai que perdeu um filho e uma amiga próxima", disse Fayed, com a mão no coração. O dono da Harrods afirmou que o relatório não encerra o caso: "Não vou descansar enquanto eu não expuser a devastação que os gângsteres me causaram."
Os filhos de Diana, príncipes William e Harry, divulgaram comunicado agradecendo a Stevens pela investigação e manifestando esperança de que suas "descobertas conclusivas" acabem com a especulação que envolve a morte de sua mãe.
Stevens repetiu a conclusão da investigação francesa, de que o motorista Henri Paul esteva bebendo antes do acidente e que dirigia em alta velocidade ao tentar fugir de fotógrafos no túnel Pont d'Alma, em Paris. Novos testes de DNA mostraram que Paul tinha o dobro de álcool permitido pela lei britânica em seu organismo.


Com agências internacionais


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