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Homem-bomba acidental gera caos entre palestinos
Em enterro, cidadão se explodiu em Gaza ao saltar de caminhão com granadas
Presidência da ANP achou
que era atentado terrorista
do grupo islâmico Hamas e
decretou luto de três dias; o
homem morreu e matou 2
DA REDAÇÃO
A explosão acidental de granadas durante um enterro matou três e acirrou ontem as tensões, em Gaza, entre palestinos
simpatizantes do grupo laico
Fatah e do grupo islâmico Hamas, que em junho assumiu o
controle daquele território.
Horas antes, o Hamas havia
seqüestrado um dos principais
assessores da Autoridade Nacional Palestina, Omar al
Ghoul, morador na Cisjordânia, mas que estava ontem em
Gaza para o enterro da sogra.
O clima está bastante carregado. O Fatah teme para hoje
atos de violência, já que o Hamas estará comemorando vinte
anos de fundação.
O Fatah de início acreditou
que as explosões no enterro -o
morto era um dos três atingidos na véspera por míssil disparado de um helicóptero israelense- haviam sido provocadas pelos rivais do Hamas, dentro de um conflito inescrupuloso de ambos os lados.
Em Ramallah, na Cisjordânia, o gabinete do presidente da
ANP, Mahmoud Abbas, chegou
a divulgar comunicado em que
condenou "mais um assalto
contra nosso povo" e anunciou
luto oficial por três dias.
O Hamas, no entanto, insistiu não ter nada a ver com o incidente, que, além dos mortos,
feriu 35 acompanhantes do enterro, entre eles uma dezena de
crianças. Segundo o grupo islâmico, a explosão acidental havia sido provocada por um homem presente nos funerais.
A versão foi confirmada por
testemunhas ouvidas pelas
agências Associated Press e
France Presse. Segundo elas,
um homem subiu a um caminhão de som integrado ao cortejo. Em meio a slogans, num
gesto de estúpida insolência,
ele abriu o paletó para mostrar
explosivos que trazia pendurados por alfinetes nos bolsos.
Pulo com granada
Ao pular de volta ao asfalto,
as bombas explodiram devido
ao impacto. Ele teve morte
imediata e ainda matou dois
outros que estavam próximos.
Ismail Haniyeh, primeiro-ministro do Hamas desde que
seu partido se tornou majoritário no Parlamento palestino,
mas que hoje apenas exerce sua
autoridade em Gaza, disse que
"nas últimas horas se desencadeou uma conspiração para espalhar o caos".
No caso do seqüestro de
Ghoul os fatos são menos controvertidos. Um grupo armado
de dez milicianos do Hamas irrompeu no final da madrugada
na casa de seus familiares, onde
ele estava hospedado. Prenderam-no e confiscaram dois
computadores.
Ghoul é colunista de um jornal da Cisjordânia, onde escreve textos bastante críticos ao
Hamas. É também assessor direto de Salam Fayyad, primeiro-ministro indicado por Abbas depois de, em represália
contra a tomada de Gaza pelo
Hamas, formar um governo só
do Fatah sediado na cidade cisjordaniana de Ramallah.
O porta-voz do Ministério do
Interior do Hamas Ehab al
Ghsain negou ter ocorrido "seqüestro" e afirmou que o assessor foi preso para ser investigado "por violações da lei".
O ministro da Informação do
Fatah, Riyad al Malki, pediu a
imediata libertação dele. Outros militantes do Fatah menos
importantes já foram presos
pelo Hamas em Gaza.
Com agências internacionais
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