São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2007

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Campanha de Oviedo vem de grupo do Brasil

DA REDAÇÃO

"Fã de carteirinha" do deputado federal cassado e ex-ministro José Dirceu -apontado como um dos responsáveis pelo mensalão- e de Antonio Palocci, o general Lino Oviedo tem no Brasil a sede do marketing de sua campanha.
O marqueteiro do Unace é Elsinho Mouco, 48, diretor da paulista Pública Comunicação e quem forneceu as informações acima. Ele afirma ter uma relação "muito próxima" com o general. "Minhas filhas o chamam de tio", afirmou à Folha.
A empresa fez também a campanha do governador Jackson Lago no Maranhão em 2006, que desbancou o clã Sarney. Hoje, o nome de Lago é associado à investigação da Operação Navalha (sobre fraudes em licitações de obras públicas supostamente lideradas pela empreiteira Gautama), para a qual ainda não há denúncia. Foram levantadas suspeitas na imprensa de que a Pública recebera verbas irregulares da Gautama.
"Toda a comunicação visual da Gautama foi feita por nós. A família Sarney tentou fazer isso virar um caso. Quando você ganha de uma "dinastia", tem que saber onde está entrando", afirma Mouco.
O marqueteiro diz que conheceu Oviedo em 2001, quando o general estava detido no Brasil. Dois anos depois, trabalhou na campanha do Unace nas eleições paraguaias de 2003, que terminaram com o presidenciável do partido em quarto lugar.
Agora ele afirma que pode vencer. "Acho que Oviedo é mais de esquerda do que Fernando Lugo. A diferença entre os dois começa quando falamos de Brasil e de Hugo Chávez", diz, sugerindo que o bispo é aliado do venezuelano.
A sombra do Brasil é vista na campanha como aliada. "Quem votar em Oviedo saiba que quem vai financiar a infra-estrutura paraguaia são os investimentos brasileiros", afirma Mouco. Segundo ele, o general se inspira no Brasil. "Até o Bolsa Família queremos implantar."
Questionado sobre as primárias do Partido Colorado, o marqueteiro não esconde a torcida por Luis Castiglioni. "Pelo marketing, prefiro disputar com quem não esteja na estrutura de poder", afirma, referindo-se ao apoio de Nicanor Duarte Frutos a Blanca Ovelar.
Já a concorrência com Lugo, aparentemente, não assusta. "Para derrotá-lo, o general só precisa se mostrar. Ele fez uma escolha pelo estudo, diferentemente do Lula e do Lugo, que passou 30 anos na arquidiocese. O máximo que Lugo fez foi estudar política agrária." (AM)


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