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Campanha de Oviedo vem de grupo do Brasil
DA REDAÇÃO
"Fã de carteirinha" do
deputado federal cassado
e ex-ministro José Dirceu
-apontado como um dos
responsáveis pelo mensalão- e de Antonio Palocci,
o general Lino Oviedo tem
no Brasil a sede do marketing de sua campanha.
O marqueteiro do Unace é Elsinho Mouco, 48, diretor da paulista Pública
Comunicação e quem forneceu as informações acima. Ele afirma ter uma relação "muito próxima"
com o general. "Minhas filhas o chamam de tio",
afirmou à Folha.
A empresa fez também a
campanha do governador
Jackson Lago no Maranhão em 2006, que desbancou o clã Sarney. Hoje,
o nome de Lago é associado à investigação da Operação Navalha (sobre fraudes em licitações de obras
públicas supostamente lideradas pela empreiteira
Gautama), para a qual ainda não há denúncia. Foram levantadas suspeitas
na imprensa de que a Pública recebera verbas irregulares da Gautama.
"Toda a comunicação
visual da Gautama foi feita
por nós. A família Sarney
tentou fazer isso virar um
caso. Quando você ganha
de uma "dinastia", tem que
saber onde está entrando", afirma Mouco.
O marqueteiro diz que
conheceu Oviedo em
2001, quando o general estava detido no Brasil. Dois
anos depois, trabalhou na
campanha do Unace nas
eleições paraguaias de
2003, que terminaram
com o presidenciável do
partido em quarto lugar.
Agora ele afirma que pode vencer. "Acho que
Oviedo é mais de esquerda
do que Fernando Lugo. A
diferença entre os dois começa quando falamos de
Brasil e de Hugo Chávez",
diz, sugerindo que o bispo
é aliado do venezuelano.
A sombra do Brasil é vista na campanha como
aliada. "Quem votar em
Oviedo saiba que quem vai
financiar a infra-estrutura
paraguaia são os investimentos brasileiros", afirma Mouco. Segundo ele, o
general se inspira no Brasil. "Até o Bolsa Família
queremos implantar."
Questionado sobre as
primárias do Partido Colorado, o marqueteiro não
esconde a torcida por Luis
Castiglioni. "Pelo marketing, prefiro disputar com
quem não esteja na estrutura de poder", afirma, referindo-se ao apoio de Nicanor Duarte Frutos a
Blanca Ovelar.
Já a concorrência com
Lugo, aparentemente, não
assusta. "Para derrotá-lo,
o general só precisa se
mostrar. Ele fez uma escolha pelo estudo, diferentemente do Lula e do Lugo,
que passou 30 anos na arquidiocese. O máximo que
Lugo fez foi estudar política agrária."
(AM)
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