São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / ESCÂNDALO EM ILLINOIS Chefe-de-gabinete também discutiu sucessor de Obama

Emanuel conversou com governador acusado de tentar leiloar vaga no Senado antes de pleito

Republicanos pedem mais explicações sobre contatos com Rod Blagojevich, que se reuniu com criminalista e pode anunciar renúncia hoje

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

O escândalo de corrupção envolvendo o governador de Illinois, Rod Blagojevich, deu um novo passo em direção à equipe do presidente eleito dos EUA, Barack Obama.
A imprensa local afirma que Rahm Emanuel, nomeado chefe-de-gabinete (nos EUA, um híbrido com ministro da Casa Civil) do novo governo, aparece em conversas gravadas com o governador discutindo a substituição de Obama no Senado antes mesmo da eleição presidencial de 4 de novembro.
Blagojevich, democrata como Obama, foi acusado por promotores federais na terça por diversos atos de corrupção, incluindo tentar promover um "leilão informal" para a vaga do presidente eleito no Senado. Ele nega qualquer ação ilegal.
Emanuel não é alvo da investigação nem há nada que sugira que tenha buscado acordos financeiros sobre a vaga. Ainda assim, republicanos vêm exigindo mais esclarecimentos sobre os contatos do futuro chefe-de-gabinete com Blagojevich.
O governador, sob crescente pressão pela renúncia, passou o final de semana avaliando suas opções. Reuniu-se com um dos mais conhecidos advogados criminalistas dos EUA, Edward Genson, no fim de semana, mas não confirmou se o contratou para a defesa. Genson já representou o cantor R. Kelly e o ex-magnata da imprensa Conrad Black, que foi condenado à prisão por fraudes e obstrução à justiça em Chicago há um ano.
Relatos sobre os planos do governador são contraditórios. A procuradora-geral de Illinois, Lisa Madigan, afirmou ontem à imprensa ter tido informações de que Blagojevich poderá deixar o cargo hoje. Um porta-voz do governador, porém, disse que não foi tomada nenhuma decisão a respeito.
Enquanto isso, a seleção do sucessor de Obama no Senado segue no limbo. Legisladores estaduais sinalizaram que pretendem tirar o poder das mãos do governador e preparar uma eleição especial para a vaga.
Já o vice-governador, Pat Quinn, indicou que se substituir Blagojevich deverá escolher um nome para o Senado sozinho. "É um posto muito importante para continuar vago", disse Quinn. Ele também disse ser possível indicar um senador interino.

Últimos números
O fim de semana trouxe ao menos uma boa notícia para Obama: números finais sobre a eleição de 4 de novembro indicam que o comparecimento foi o maior em 40 anos, com 61,6% dos potenciais eleitores nas urnas. Isso se traduz em mais de 131 milhões de votos.


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