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Socialista foi exilada durante ditadura chilena
ASSOCIATED PRESS
O caminho de Michelle
Bachelet até a Presidência do
Chile inclui desde uma prisão durante a ditadura e um
exílio no leste da Alemanha
até um cargo como primeira
ministra da Defesa do país.
A vitória sobre o empresário Sebastián Piñera fez da
pediatra socialista de 54 anos
a primeira mulher a chegar à
Presidência no Chile.
Seu sucesso político surpreendeu muitos chilenos
que imaginavam que uma
socialista divorciada e ex-prisioneira da ditadura de
Augusto Pinochet não teria
chance na sociedade conservadora do país.
Mas sua vida se mistura
com o militarismo do Chile.
O pai de Bachelet, Alberto,
um general da Força Aérea,
foi preso e torturado por se
opor ao golpe que levou Pinochet ao poder, em 1973.
Morreu de um ataque cardíaco na prisão.
Na época, estudante de
medicina de 22 anos, Bachelet foi presa junto com sua
mãe e forçada a um exílio de
cinco anos, primeiro na
Austrália, depois na Alemanha comunista. Ela conta
que, junto com a mãe, foi
psicologicamente torturada,
mas afirma que não carrega
rancor, pois entende politicamente o que aconteceu.
O presidente do Chile, Ricardo Lagos, a fez ministra
da Saúde e, em 2002, ministra da Defesa. Foi premiada
por ajudar a reconciliar civis
com os militares.
Bachelet esperava resistência da elite conservadora do
Chile -e não apenas por
causa do seu passado. "Eu
sou uma mulher, divorciada,
socialista, agnóstica. Todos
os pecados juntos." Ela foi
casada com um chileno que
conheceu durante o exílio na
Alemanha. De volta ao Chile, eles se separaram, e ela teve um terceiro filho de um
novo relacionamento.
Bachelet tornou-se uma figura popular entre os almirantes e generais. Ganhou da
Força Aérea uma jaqueta de
couro oficial com seu nome
gravado e, como ministra da
Defesa, devolvia a saudação
militar com um sorriso e um
beijo no rosto. A maior parte
do país aceitou a candidatura de Bachelet, apesar de o
seu sexo ainda levantar
questões das quais ela não
gosta. "Você não estaria fazendo essa pergunta se eu
fosse um homem", respondeu ela a um jornalista chileno que perguntou se ela pretendia se casar novamente.
Mas ela respondeu: "A verdade é que eu não tive tempo
para pensar nisso. Meus
próximos quatro anos serão
dedicados ao trabalho".
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